Política

Líder do 'Aezão', Picciani é eleito presidente da Alerj

Redação Folha Vitória

Rio - Líder do movimento de oposição à presidente Dilma Rousseff no Rio e criador da chapa "Aezão", que pregou o voto no tucano Aécio Neves para presidente e no governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), o deputado Jorge Picciani, de 59 anos, foi eleito presidente da Assembleia Legislativa. Não houve concorrentes. Ele teve 65 votos. Só os cinco deputados do PSOL votaram contra. O deputado ocupou o cargo de 2003 a 2010, quando disputou sem sucesso vaga no Senado.

Aécio foi derrotado, mas a reeleição de Pezão e a volta ao Legislativo aumentaram a influência de Picciani, presidente do PMDB-RJ, na política fluminense. Ele tem planos de fazer o filho Leonardo, deputado federal de 35 anos, candidato a prefeito em 2016, embora o atual, Eduardo Paes, já trabalhe pela candidatura do secretário municipal de Coordenação de Governo, Pedro Paulo. Além de criar uma secretaria com superpoderes para Pedro Paulo, Paes negocia com o PT a manutenção da aliança que o reelegeu em 2012.

Leonardo foi um dos coordenadores da vitoriosa campanha do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à presidência da Câmara. No fim de dezembro, organizou almoço de apoio a Cunha no Rio, com a presença de Pezão e Paes, que fizeram discursos entusiasmados de apoio. Picciani tem outro filho político, Rafael, também deputado estadual e secretário municipal de Transportes.

Cunha teve o nome citado no esquema de corrupção na Petrobras, quando o policial Jayme de Oliveira Filho, investigado na Operação Lava Jato, disse ter levado dinheiro a uma casa na Barra da Tijuca. Segundo ele, o doleiro Alberto Youssef disse que a casa era de Cunha. Mas o dono é o advogado Francisco José Reis, ex-assessor de Picciani na Assembleia. Em esclarecimento à Justiça, Jayme disse não poder garantir que a casa fosse de Cunha. Youssef afirmou não ter ligação com o novo presidente da Câmara. Picciani alegou estar afastado de Reis há anos e disse não saber de ligações entre o ex-colaborador e Youssef.

Logo após de eleito presidente, Picciani anunciou medidas de redução de gastos e economia de energia e água. Sobre a possibilidade da instalação de CPIs da Petrobrás e de recursos hídricos, ele disse que, se houver assinaturas suficientes e forem instaladas, "devem ser propositivas".

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