Política

Damares Alves vira aposta do governo em reaproximação com Igreja Católica

Com aval de Bolsonaro, ministra abre canal de comunicação com líderes católicos e com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

Foto: TV Brasil
Damares Alves é pastora evangélica, mas tem se aproximado da Igreja Católica

A ministra da  Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, assumiu um papel de interlocutora do governo com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). E com aval do presidente Jair Bolsonaro. A ministra é a primeira integrante da equipe do governo  a ter reunião de trabalho com a entidade católica e tem objetivo de  desfazer conflitos entre o Presidente e religiosos.

“Ai da política se não fosse a Igreja”, disse a ministra ao sair do encontro com a cúpula da CNBB, na quarta passada. Pastora da Igreja Batista da Lagoinha, uma denominação protestante, a ministra reconhece a  importância da igreja no País, mesmo com a ascensão de designações evangélicas, aliadas preferenciais de Bolsonaro.

A briga de Bolsonaro com a Igreja Católica vem desde a campanha eleitoral de 2018. O então candidato apareceu em um vídeo dizendo que a CNBB era a "parte podre da Igreja Católica".

Damares se colocou como interlocutora e a entidade católica passou a ouvir explicações sobre projetos do governo. A ministra acenou com parcerias em ações sociais para crianças, jovens e idosos e afirmou aos bispos que há católicos entre seus principais assessores. Saiu da sede da CNBB em Brasília com o texto da Campanha da Fraternidade e um convite para participar do lançamento, na próxima quarta-feira (26). No entanto ela não poderá comparecer porque tem um compromisso em na ONU em Genebra, na Suíça.

Após a redemocratização, bispos tinham canal direto no Palácio do Planalto e costumavam ser recebidos por presidentes. No governo Dilma Rousseff, a entidade tinha assento no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. O diálogo da ministra com a CNBB ocorreu uma semana depois de o papa Francisco receber e abençoar o ex-presidente Lula, mas a conversa não tratou do Vaticano.