Política

Ação do TCU teve motivação política, diz Moro no ES

Em visita ao Espírito Santo, o ex-juiz e presidenciável falou sobre cenário político e econômico no Brasil e comentou quais são as prioridades do país

Fabiana Tostes

Redação Folha Vitória
Foto: TV Vitória

O presidenciável Sergio Moro (Podemos) está no Espírito Santo para participar do 7º Encontro Folha Business, que acontece no Centro de Convenções de Vitória, e durante visita à TV Vitória/Record TV, o ex-juiz concedeu uma entrevista, onde falou sobre o cenário político atual e as apostas para a corrida à presidência. 

Na entrevista, o presidenciável foi questionado sobre a medida do subprocurador do Tribunal de Contas da União (TCU) Lucas Furtado, que pediu o bloqueio dos bens de Moro por suposta sonegação de impostos.

O subprocurador investiga ainda se houve conflito de interesses na atuação do ex-ministro na consultoria Alvarez & Marçal, que faz a administração judicial de empresas que foram alvo da operação Lava Jato.

Questionado se houve, de fato, conflito de interesse, se teria atuado em processos envolvendo tais empresas, Moro negou. E disse que a ação do TCU é abuso de poder e está sendo usada politicamente para atacar sua pré-candidatura.

"Esse processo no TCU é abuso de poder. Já prestei todos os esclarecimentos. Não prestei serviço para empresa investigada na Lava Jato, não recebi um tostão de empresa investigada. É uma história da carochinha", afirmou.

E acrescentou: "Isso revela abuso de poder. O próprio procurador pede o arquivamento do caso e depois peticiona, dizendo que mudou de ideia. Tem que ter seriedade, as pessoas sabem do meu passado de combate à corrupção. O que a gente vê é que está sendo usado politicamente, o que é lamentável".

"Não tenho rabo preso", diz Moro

Questionado sobre como pretende governar sem a influência do Centrão, uma vez que tem feito críticas constantes à relação do presidente Jair Bolsonaro com esse grupo de partidos no Congresso, Moro disse que vai dialogar com todos, mas que "não tem rabo preso" com ninguém. 

"Não era político, agora ingressei, tenho que fazer política. Isso significa conversar e atrair pessoas para um projeto. Não existe nenhum problema, numa democracia moderna, de partilhar poder. Em todos os partidos, têm pessoas boas e pessoas ruins. Temos que tentar atrair pessoas boas, construir consenso para conseguir aprovar reformas no Congresso. Tenho uma coisa que é fundamental para estabelecer um diálogo saudável: eu não tenho rabo preso. Então eu consigo conversar com todas essas pessoas, com todos os espectros políticos", disse Moro.
Foto: Folha Vitória

O ex-ministro citou sua atuação no Ministério da Justiça e como juiz na operação Lava Jato e disse também ter sofrido pressão, mas que não recuou. 

"Chego numa posição que eu não vou ser refém de nada, vou estar lá para defender o interesse das pessoas comuns. A gente não recua de desafios, mas a gente não tem rabo preso como muitos outros políticos têm. E aí você não tem condições nem de conversar, porque a pessoa já te tem como refém", afirmou Moro. 

Moro também falou sobre a possibilidade de uma aliança com outros pré-candidatos da Terceira Via, sobre as pesquisas que o colocam em terceiro lugar mas também com uma alta taxa de rejeição, e sobre o que espera da visita ao Estado. 

Veja a entrevista completa dada às jornalistas Fabi Tostes e Luana Damasceno:  



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