Política

Líder do PR diz que não ser sua assinatura no Conselho de Ética

Redação Folha Vitória

Brasília - Líder do PR e substituto por uma noite no Conselho de Ética da Câmara, o deputado Maurício Quintella Lopes (AL) eximiu-se de responsabilidade no caso da suposta falsificação de um documento encaminhado ao colegiado no dia da aprovação do parecer pela continuidade do processo disciplinar contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Reportagem do jornal Folha de S.Paulo publicada nesta quarta-feira, 9, mostra que dois peritos constataram falsificação da assinatura do deputado Vinícius Gurgel (PR-AP), aliado de Cunha. Na noite da votação, 2 de março, quando o grupo do peemedebista foi surpreendido com a retomada da sessão que havia sido suspensa por causa do início das votações em plenário, Gurgel encaminhou uma carta de renúncia ao cargo de membro titular do colegiado.

Líder do partido de Gurgel, Quintella Lessa assumiu o lugar do deputado para garantir voto favorável a Cunha, ou seja, contra o parecer pela admissibilidade da ação que pode culminar com a cassação de Cunha. Mesmo assim, o parecer foi aprovado por 11 a 10. Cunha recorreu à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e pediu a anulação da sessão ocorrida no dia 1º de março.

"Essa assinatura que está em discussão não é minha, é dele", afirmou Quintella ao jornal O Estado de S.Paulo. "A única assinatura minha é para minha indicação. O Vinícius é que mandou o ofício dele para a Mesa Diretora renunciando. A Mesa tem um setor que confere e já declarou que a assinatura dele confere. Se ele assinou na pressa, correndo, não posso falar. Quem pode falar é ele".

Na noite da votação, adversários de Cunha desconfiaram da troca de última hora e sugeriram ao presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PR-BA), que não aceitasse a mudança. Os aliados de Cunha alegaram que Gurgel estava doente e que o documento foi encaminhado naquele dia por meio de avião. Araújo aceitou a mudança. Nesta semana, Gurgel voltou como titular ao colegiado, o que gerou revolta.

Ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, parlamentares contaram que Gurgel faz uso de forte medicação e que no dia ele estava em Brasília, mas não tinha condições de comparecer à sessão noturna. A assinatura, segundo eles, pode ter saído diferente devido às condições em que ele se encontrava. À Folha de S. Paulo, o deputado disse que "estava de ressaca".

"Ele já declarou que assinou. A condição em que assinou cabe a ele justificar ou não. Quando chegou ao conselho, a assessoria dele já tinha mandado o ofício, foi acatado pelo órgão na Mesa responsável por conferir a assinatura. Só fiz manifestar o voto dele e fui embora", afirmou Quintella.

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