Política

Preso pela PF, diretor da RioTrilhos tentou obter nova nacionalidade

Redação Folha Vitória

Rio - O diretor de engenharia da RioTrilhos, Heitor Lopes de Souza Júnior, tentou obter outra nacionalidade, conforme mostra e-mail interceptado pela Operação Tolypeutes, desdobramento da Lava Jato no Rio. A mensagem foi trocada com a sua companheira Luciana Maia, em novembro do ano passado.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a ação leva a "crer que os investigados pretendiam sair definitivamente do País". "Tal informação, isoladamente, não parece permitir que se trate de parte de um 'plano de fuga' (...). Mas considerada a ampla publicidade que vem sendo dada aos desdobramentos das investigações sobre a referida organização criminosa, que parece envolver muitas pessoas e ter atuado livremente por muitos anos neste Estado, é realmente plausível a suspeita trazida pelos ilustres membros do MPF", diz o juiz federal Marcelo da Costa Bretas na decisão que autorizou a prisão de Souza.

Também foi autorizada a prisão de Luiz Carlos Velloso, que era subsecretário estadual de Transportes na gestão de Cabral e atualmente está como subsecretário de Turismo.

Organização em atividade

Bretas diz ainda que considerando as provas trazidas são coerentes as conclusões do envolvimento de Souza Júnior na organização criminosa, que seria liderada pelo ex-governador Sérgio Cabral. O juiz diz que é possível concluir que a referida organização criminosa "encontra-se em plena atividade, inclusive promovendo a movimentação de altas somas de dinheiro auferido ilicitamente".

O magistrado destaca ainda que permanência de Souza no cargo público da RioTrilhos "representa risco de continuidade de sua atividade criminosa". "Uma vez mais, lembro que faz parte das atribuições do cargo que ainda ocupa este investigado a fiscalização das obras pelas quais teria recebido propinas", diz Bretas.

De acordo com a denúncia do MPF, os pagamentos de propina tiveram início em 2012, quando Souza Júnior assumiu o cargo de diretor da empresa. A constatação veio de depoimento de João Henrique Tebyriçá de Sá, engenheiro que representou a Carioca Engenharia no Consórcio Rio Barra durante toda a obra.

Defesa

A RioTrilhos informou que desconhece o teor das acusações e se coloca à disposição para eventuais esclarecimentos.

A reportagem não localizou as defesas dos acusados para que se manifestem

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