Política

Em balanço de 100 dias, Sartori cobra austeridade de secretarias contra crise

Redação Folha Vitória

Porto Alegre - O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), reuniu os principais assessores na manhã desta sexta-feira, 10, em Porto Alegre, para fazer um balanço dos primeiros 100 dias de governo. A imprensa teve acesso ao encontro já no final do seminário, quando Sartori fazia um pronunciamento reforçando o pedido para que todas as esferas do governo priorizem a austeridade, na tentativa de tirar o Estado de uma crise financeira que limita novos investimentos e ameaça o pagamento do funcionalismo.

O evento de hoje também serviu para que os secretários apresentassem o que vem sendo feito em cada pasta, enumerando as principais realizações do governo Sartori no período. "As secretarias têm de trabalhar em equipe", discursou o governador, que, como vem acontecendo com frequência, não deu entrevista coletiva - acionou alguns secretários para atender a imprensa. Mesmo no pronunciamento, Sartori evitou informar dados concretos ou adiantar novas medidas que poderão ser tomadas. "O poder público precisa equilibrar suas finanças. Vamos conseguir enfrentar essa realidade e olhar para frente", afirmou.

A crise financeira do Estado foi o principal tema das eleições no ano passado. Quando começou o novo governo, em janeiro, a equipe de Sartori apontou uma previsão de déficit de R$ 5,4 bilhões em 2015. Desde então, vem promovendo cortes de gastos e postergando o pagamento de fornecedores. Em março, o governo admitiu que foi difícil fechar a conta e que faltou pouco para não atrasar os salários dos servidores. Nesta manhã, o secretário da Casa Civil, Márcio Biolchi (PMDB), não garantiu que a folha do funcionalismo público seja honrada integralmente em abril. O pagamento da dívida com a União também tem sido um desafio todos os meses.

Ainda em janeiro, logo depois de tomar posse, Sartori assinou um decreto que, entre outras medidas, suspendeu o pagamento de contas herdadas da gestão de Tarso Genro (PT). Depois, em março, anunciou um novo pacote que cortou em média 20% do orçamento de todas as secretarias estaduais - inclusive de áreas essenciais, como saúde, educação e segurança.

Segundo o balanço divulgado hoje, houve uma economia de R$ 120 milhões com medidas como corte de cargos de confiança, suspensão de concursos e redução no custeio da máquina pública. Apesar disso, Sartori ressaltou que "a racionalização dos gastos com atividades burocráticas não interfere nos serviços prestados à população".

A oposição critica o Palácio Piratini por promover apenas cortes de gastos, sem apresentar outros projetos que aliviem o aperto fiscal. Durante o seminário, Sartori aproveitou para citar sete novos empreendimentos que foram atraídos para o Estado nos primeiros 100 dias de governo, com investimentos superiores a R$ 9,5 bilhões.

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