Política

Lelo aprova saída de Temer da presidência do PMDB para preservação de imagem

O presidente estadual do PMDB diz que Temer é a figura central de um ataque de desconstrução de imagem e que o licenciamento será bom para ambas as partes

Foto: Agência Câmara

O deputado federal Lelo Coimbra (PMDB), presidente estadual do PMDB, vê com bons olhos o licenciamento de Michel Temer (PMDB) da presidência nacional do partido. A direção foi repassada para Romero Jucá (PMDB/RR), vice-presidente da legenda, na manhã desta terça-feira (5).

"É muito bom que Temer possa se licenciar. Agora ele não pode falar pelo partido, neste momento em que é a figura central de um ataque de desconstrução de imagem", comentou Lelo. O deputado ainda afirmou que o fato de Jucá assumir a direção do partido é muito natural, tendo em visto que foi eleito vice na convenção realizada em 12 de março.

Questionado sobre a grande rejeição a Temer, em parte refletida pelas pesquisas de opinião, Lelo disse que não se trata de rejeição o que o vice-presidente da República sofre, mas sim falta de popularidade. "Eu não vejo essa questão. O que vejo é que ele não tem uma densidade popular grande", afirmou.

O ritmo lento de abandono dos cargos públicos por peemedebistas, que deixaram a base aliada governista em 29 de março, também foi questionado. Para Lelo, esse fato ainda está em curso e medidas estão sendo adotadas. Na noite dessa quarta-feira (4) foi pedida a expulsão pelo PMDB dos ministros Kátia Abreu (Agricultura) e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia). Eles foram acusados de afrontar a decisão do partido de romper com o governo Dilma Rousseff.

Já o pedido de impeachment de Michel Temer, protocolado na última sexta-feira (1º) por Cid Gomes (PDT), foi rechaçado por Lelo Coimbra. Eduardo Cunha (PMDB), presidente da Câmara dos Deputados, tinha rejeitado o processo. Entretanto, o ministro Marco Aurélio Mello, do Superior Tribunal Federal (STF) determinou a Cunha nesta terça-feira que receba o caso e o envie para análise de uma comissão especial a ser formada na Casa. 

"Essa decisão do ministro, na minha opinião, tem mais o papel de blindar Dilma", acusou. "Ela [a decisão] é estranha até na origem, pois foi vazada para a imprensa sem sequer ter sido assinada", disse. Lelo afirmou ainda que o ministro do STF fez, na verdade, uma troca de favor com a presidente da República.

Ele se refere à nomeação de Letícia Mello para o cargo de desembargadora do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), que abrange Rio de Janeiro e Espírito Santo, em 19 de março de 2014. Na ocasião causou estranheza a nomeação de Metícia pela presidente da República pelo fato de ela ter somente 37 anos e disputarcom Luiz Henrique Alochio,à época 43 anos, e Rosane Thomé, à época 52 anos, tdos como mais experientes.

Em entrevista à Folha de São Paulo, o ministro Marco Aurélio afirmou que ser novo não é defeito, e que se fosse o tempo corrigiria. Apesar de ter admitido, na ocasião, que procurou desembargadores para tratar da indicação da filha, negou que tenha pedido qualquer coisa. "Jamais pedi voto, só telefonei depois que ela os visitou para agradecer a atenção a ela", declarou.

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