Eleições 2018

Política

Pesquisa FlexConsult/Rede Vitória aponta liderança de Hartung, mas eleição indefinida para o Governo do Estado

O pleito de 2018 vai mudar o quadro político e institucional do país e o levantamento mostra a intenção de votos dos capixabas seis meses antes da votação

A Rede Vitória divulga, nesta segunda-feira (16), a primeira pesquisa de intenção de votos dos capixabas com registro na justiça eleitoral, realizada pelo Instituto FlexConsult. A pesquisa abre a participação da opinião pública no processo eleitoral antes restrito somente às cúpulas políticas. O levantamento foi realizado ao longo do período de filiação partidária e de desincompatibilização, previstos na legislação. As estatísticas mostram o início da organização do quadro eleitoral para o pleito ao Governo do Espírito Santo e ao Senado.

Na disputa pelo comando do Executivo Capixaba, os dois candidatos que possuem o maior recall, na aprovação espontânea (quando não são apresentados os nomes dos concorrentes às vagas), são o atual governador do Estado, Paulo Hartung, com 7,4%, e o seu antecessor, Renato Casagrande, com 5,5%. Números que, considerando a margem de erro da pesquisa (3,1%), os colocam em empate técnico. Na sequência aparece Max Filho, com 0,7%, Rose de Freitas, com 0,6%, candidato do PT, com 0,1% e Vania Valadão, com 0,1%.

“O indicador de intenção espontânea é importante pois costuma mostrar o nível de ativismo das campanhas eleitorais de cada candidato até o momento”, avalia o coordenador técnico da pesquisa, o cientista político, Fernando João Pignaton.

Na rejeição espontânea, Paulo Hartung aparece com o maior índice, com 8%, seguido por Rose de Freitas com 2,3%, Renato Casagrande com 2,1%, Max Filho com 1,2% e João Coser, com 0,4%.

Na pesquisa de aprovação induzida (quando os nomes dos pré-candidatos são apresentados), no cenário entre três candidatos - Paulo Hartung, Renato Casagrande e Rose de Freitas – o atual governador lidera com 33,7%, seu antecessor aparece com 25,7% e a senadora Rose de Freitas apresenta 7,7% das intenções.

O cientista político Fernando João Pignaton analisa a polarização entre os três pré-candidatos. “Quando é observado o cenário apenas entre os três percebe-se a eleição ainda indefinida, pois a soma das candidaturas de Renato e da Rose praticamente dá o mesmo valor da candidatura do Paulo, é só uma questão de décimos, ou seja, está bem indefinida essa disputa, embora Paulo Hartung e, logo depois Renato, apareçam em vantagem.

No levantamento de rejeição induzida entre os três principais nomes, Rose de Freitas aparece com o maior índice, 20,20%, seguida por Paulo Hartung, com 14,5%, e Renato Casagrande, com 12,2%.

“As rejeições do atual e do ex-governador são parecidas e a da Rose é maior, com diferença acima da margem de erro”, explica Pignaton.

Avaliação cenário de possível 2º turno

Diante da experiência do atual governador e do seu antecessor, a pesquisa FlexConsult apurou ainda o cenário da disputa ente os dois candidatos simulando um possível segundo turno entre os dois. Paulo Hartung aparece na liderança, com 37,2% das intenções, e Renato Casagrande, com 28,10%.

De acordo com o cientista político, Fernando Pignaton, nesse cenário, a diferença fica acima da soma da margem de erro, de 6,2%.

No indicador de rejeição induzida os dois candidatos ficam em empate técnico, considerando a margem de erro da pesquisa, que é de 3,1%. Hartung com 24,9% e Casagrande com 22,30%.

O peso de quem não está mais na disputa

Em outro cenário da pesquisa, na aprovação induzida com candidato do PT, Paulo Hartung lidera com 30,7% das intenções de votos, seguido por Renato Casagrande, com 22,5%, Rose de Freitas, com 6,6%, Max Filho, com 5,8% e um candidato do PT, com 2%.

“Observa-se uma mudança substancial nesse quadro pois a soma de todos os outros candidatos está acima do índice de Paulo Hartung, mais do que 6,2%. Esse cenário específico mostra que o político Max Filho teve um crescimento político. Ele colocou a sua candidatura, mas não deixou a prefeitura, no entanto, chegou à marca de 5,8%, o que mostra que ele terá um papel nas eleições, passando a ser um player de porte estadual, que entrou na grade, mas não pôde sair em função do cargo de prefeito e de outras implicações locais, mas tem um peso nesse processo de sucessão”, avalia Fernando Pignaton.

Ainda de acordo com o cientista político responsável pela pesquisa FlexConsult, o levantamento reflete a diferença de postura dos três principais pré-candidatos na construção de suas candidaturas. “Nesses números se incorpora um recall do atual governador Paulo Hartung, que está em atividade permanente, do ex-governador, Renato Casagrande, que tem estado em intensa atividade, para compensar o fato dele não estar ocupando um cargo atualmente. Já Rose de Freitas, com índice menor, adota a estratégia de não colocar a campanha na rua e prefere concentrar seu trabalho na captação de obras para o Espírito Santo, na relação com prefeitos e com políticos e ainda não tomou iniciativas eleitorais de circular o Estado e apresentar sua candidatura. Com isso, é necessário esperar o comportamento da candidata nas próximas semanas para se ter uma noção do grau de competitividade dela”, finaliza Pignaton.

Análise da pesquisa

Sobre o levantamento - O Instituto FlexConsult realizou mil entrevistas na Grande Vitória e regiões noroeste, litoral norte, Central e Sul entre os dias 07 a 16 de março. A margem de erro é de 3,1% e o Nível de Confiança de 95%. A primeira pesquisa de intenção de votos para as Eleições 2018 da Rede Vitória foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob o número ES-00817/2018.

A metodologia da pesquisa teve como base um levantamento estatístico de tipo survey, indicada quando se deseja responder questões que expressem opiniões, costumes ou características de um determinado público-alvo. As entrevistas são domiciliares, sendo os entrevistados escolhidos ao acaso nos bairros.

O instituto é certificado pela Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP) e a European Society for Opinion and Marketing Research (ESOMAR), certificadora internacional. A coordenação técnica da pesquisa ficou a cargo do representante brasileiro na Sociedade Internacional de Políticas Sociais e cientista político Fernando João Pignaton, especialista em Políticas Públicas pela UFES, e da psicóloga Ana Paula Levivier, doutora em psicologia pela Universidade Paris VII.

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