Política

Economista defende que pacotes de reforma e anticrime devem tramitar juntos

Usando o exemplo da dissolução da Operação Mãos Limpas, da Itália, ela defendeu que houve um processo de "abafa e esquecimento geral" dos escândalos de corrupção

Redação Folha Vitória
Foto: EBC

A economista Maria Cristina Pinotti afirmou nesta segunda-feira (01) no fórum "Estadão Discute Corrupção" que é imprescindível que o pacote anticrime do ministro da Justiça, Sérgio Moro, e as reformas propostas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, tramitem ao mesmo tempo no Congresso Nacional.

Maria Cristina participa do evento realizado na sede do jornal O Estado de S. Paulo em parceria com o Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP) para discutir as operações Lava Jato e Mãos Limpas.

"Os dois pacotes são imprescindíveis. Não adianta separar um do outro. Há evidências empíricas que o combate à corrupção e o desenvolvimento econômico andam juntos", disse a economista. "É ilusão imaginar que seja possível fazer o País crescer de maneira sustentada sem reduzir sistematicamente a corrupção. Se não fizermos isso, a economia vai continuar tendo voos de galinha até o fim da vida."

Maria Cristina Pinotti apresentou dados econômicos após a dissolução da Operação Mãos Limpas e defendeu que este processo de "fragilização das instituições" fez com que a economia da Itália tivesse um dos piores desempenhos do mundo desenvolvido.

Para ela, se houver um processo de desintegração do trabalho da Operação Lava Jato, como ocorreu na Itália após a Mãos Limpas, o Brasil "deve estar preparado para enfrentar o custo que virá depois".

Usando o exemplo da dissolução da Operação Mãos Limpas, da Itália, ela defendeu que houve um processo de "abafa e esquecimento geral" dos escândalos de corrupção revelados pelas investigações, a partir de meados da década de 1990. "A descrença no Judiciário fez a corrupção ficar mais forte na Itália. É isso que queremos para o Brasil?", questionou.

Segundo ela, este processo fez com que houvesse alterações nas leis "altamente profundas". "Os instrumentos de combate à corrupção ou foram reduzidos ou simplesmente eliminados", disse.

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