Política

100 dias de Pazolini: Prefeito de Vitória não tem plano de retomar projeto que atendia moradores de rua

Em entrevista à Pan News Vitória, nesta segunda-feira (05), sobre os 100 dias de gestão, o prefeito de Vitória falou sobre o motivo da interrupção do projeto

Foto: Reprodução TV Vitória

A suspensão do projeto "Tendas do Bem", que distribuía marmitas para pessoas em situação de rua de Vitória,  foi uma das primeiras iniciativas do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos), ao assumir a gestão municipal. Em entrevista à Pan News Vitória, nesta segunda-feira (05), sobre os 100 dias de gestão, o prefeito falou sobre o motivo da interrupção da iniciativa. 

"O que nós identificamos é que cada refeição estava saindo ao custo de R$ 45. Então o município estava pagando R$ 45,00 por marmitex. Isso me parece absolutamente inadequado, é um preço fora do mercado", afirmou. 

O prefeito ainda disse que as refeições estão sendo servidas, mas sem dar detalhes de como isso vem ocorrendo. "Estamos servindo essas refeições em locais previamente definidos, já com fruto dessa assistência social, com base no levantamento da assistência mas de maneira organizada e com cadastro. Qualquer um podia passar lá e pegar. Tínhamos casos de pessoas que tinham emprego, residência, moradia, remuneração e que iam ao local pegar uma refeição". 

A reportagem questionou a Prefeitura de Vitória: afinal, o projeto vai ou não voltar? 

Na nota enviada, a Secretaria Municipal de Assistência Social (SEMAS) informa que "o contrato que existia, firmado na gestão anterior, definia o encerramento do mesmo no dia 9 de janeiro, sem previsão de aditamento ou de recursos para sua continuidade". Afirma ainda que "o equipamento público de referência para a população em situação de rua na capital é o Centro Pop". Ou seja, não há planos para a continuidade do projeto. 


Foto: Reprodução TV Vitória
Pazolini foi entrevistado nesta segunda (05) na rádio Pan News Vitória

Tendas do Bem

O projeto social Tenda do Bem teve início em abril do ano passado e garantiu, entre outras coisas, que pessoas em situação de rua em Vitória tivessem diariamente o que comer. Ao todo, 150 marmitas eram distribuídas em dois pontos da Capital: na Praça do Papa e em frente ao Parque Pedra da Cebola. Essas marmitas eram a principal e, muitas vezes, até a única refeição do dia para muita gente. 

No entanto, o contrato da prefeitura com a ONG que prestava o serviço, por meio de um termo de cooperação, venceu em dezembro e acabou não sendo renovado, em janeiro, pela atual gestão. Para a mobilizadora social Gessica Muhd, que prestava serviço na ONG responsável pelo projeto, foi um dia difícil, principalmente para quem se beneficiava do trabalho.

"Foi muito triste. Alguns ficaram revoltados e outros se desesperaram, choraram, colocaram a mão no rosto e falaram: 'e agora, o que vai ser de mim? Como eu vou comer a partir de domingo? Essa é a única refeição que eu tenho todos os dias. O que vai ser de nós daqui pra frente?'", relatou.



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