Política

Em 2014, Camargo Corrêa era considerada "devedora" do esquema, diz Avancini

Redação Folha Vitória

Brasília - O ex-diretor-presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, afirmou à CPI da Petrobras nesta noite que, quando aconteceu a Operação Lava Jato, no ano passado, a construtora já não pagava mais propina aos diretores da estatal. "Éramos considerados devedores, eles vinham cobrando", contou. Avancini disse que havia "todo tipo de coerção" para que as empreiteiras pagassem propina e falou em "extorsão". "A pressão realmente existiu", enfatizou.

Segundo ele, os empresários temiam penalidades contratuais, como aditivos com punições pesadas para as empresas, por isso aceitavam pagar. "Se os diretores (da estatal) ficassem enojados, eles não receberiam", declarou o empreiteiro ao comentar declaração de ex-diretores da Petrobras que hoje se dizem "enojados" com o esquema de corrupção. O depoimento do delator da Lava Jato na comissão já dura mais de três horas.

O executivo reiterou que as doações para campanhas eleitorais eram feitas à parte do esquema de corrupção da Petrobras. "Nunca deixamos misturar isso (propina aos diretores e doação para campanha)", explicou. Avancini destacou que a Camargo Corrêa cumpriu com a "obrigação estabelecida pelos diretores da Petrobras".

Questionado sobre os serviços prestados pela consultoria do ex-ministro José Dirceu a Camargo Corrêa, o executivo disse que não era presidente da empreiteira entre 2007 e 2008, quando o contrato foi fechado. "Não sei exatamente do que se trata a consultoria. Não tenho como explicar", respondeu.

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