Política

Sindicalista preso em operação da PF foi candidato a vereador em Sorocaba (SP)

Redação Folha Vitória

O sindicalista Ruy Queiroz de Amorim, preso na Operação Registro Espúrio, da Polícia Federal, nesta quarta-feira, 30, foi candidato a vereador pelo PTB, em Sorocaba, nas eleições municipais de 2016. Na época, ele era presidente do diretório municipal da sigla, mas não conseguiu os votos necessários para se eleger. Amorim foi presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio Varejista (Sincomércio), em Sorocaba, durante mais de 14 anos.

A operação Registro Espúrio mira os deputados federais Jovair Arantes (PTB/GO), Paulinho da Força (SD/SP) e Wilson Filho (PTB/PB) e, ainda, o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, delator do mensalão.

A PF busca desarticular uma organização criminosa suspeita de fraudes na concessão de registros de sindicatos junto ao Ministério do Trabalho. Foram cumpridos 64 mandados de busca e apreensão, 8 de prisão preventiva e 15 de prisão temporária.

Em março deste ano, Amorim deixou a presidência, mas assumiu a 1.ª Secretaria do sindicato.

O sindicalista foi preso na manhã desta quarta-feira, 30, em sua casa, no Jardim Europa, zona oeste.

Depois de ser levado à delegacia da Polícia Federal de Sorocaba, onde foi ouvido, Amorim foi transferido para a Superintendência da PF em São Paulo.

A diretoria do sindicato manifestou "surpresa" com a prisão e disse ter mobilizado seu departamento jurídico para acompanhar o caso.

Defesas

A Direção Nacional do PTB afirmou, em nota, que jamais participou de quaisquer negociações espúrias no Ministério do Trabalho e declara que, se for comprovado na Justiça o envolvimento de petebistas no referido esquema investigado pela Polícia Federal, os culpados, se houver, deverão assumir suas responsabilidades perante a sociedade.

"O PTB reitera apoio ao trabalho da Polícia Federal - ontem, hoje e sempre -, em especial neste grave momento da vida nacional", diz o presidente nacional da sigla, Roberto Jefferson, em nota.

Também em nota, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (SDD) diz que é o maior defensor da pauta trabalhista no Congresso Nacional, alega que já foi investigado em diversas oportunidades e sempre conseguiu provar que as denúncias foram fruto de pessoas incomodadas com sua atuação na defesa do trabalhador. "A citação do deputado na Operação Registro Espúrio, deflagrada hoje pela Polícia Federal, não possui nenhum fundamento senão criminalizar o movimento sindical como um todo. O deputado desconhece em absoluto os fatos investigados e esclarece que o Partido Solidariedade não é o responsável pelas indicações no Ministério do Trabalho", diz a nota, destacando que Paulinho continua à disposição das autoridades, confiando plenamente no trabalho da justiça para o completo esclarecimento dos fatos.

A Força Sindical disse, em nota assinada pelo secretário-geral João Carlos Gonçalves, o Juruna, que a operação da Polícia Federal nas dependências da central objetivou a busca e apreensão de documentos, o que a entidade disponibilizou, sem qualquer restrição, e o que mais se fizer necessário para o cumprimento da ordem legal. "A Força Sindical, que representa dois mil sindicatos em todo o Brasil e 13 milhões de trabalhadores, sempre esteve à frente da luta nas grandes conquistas trabalhistas, e está à disposição para quaisquer novos esclarecimentos. Vale lembrar que ontem a Organização Internacional do Trabalho - OIT acatou a denúncia, assinada pelas seis maiores centrais sindicais, que acusa o Brasil de promover uma reforma trabalhista que penaliza os trabalhadores e viola direitos, além de perseguir os sindicatos como forma de desmontar o movimento sindical", diz Juruna na nota, emendando: "Não vamos permitir que criminalizem o movimento sindical como forma de enfraquecer a luta dos trabalhadores. E ressaltamos, ainda, que continuamos a apoiar as legítimas greves dos caminhoneiros e petroleiros."

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