Política

Mensagens contra racismo ocupam fachada da Assembleia no ES

A campanha acontece simultaneamente em cinco estados e no Distrito Federal; o objetivo é fomentar a discussão sobre a importância de políticas públicas que combatam o racismo estrutural e institucional

Foto: Fábio Nunes

Na noite desta quarta-feira (19) quem passou em frente à Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) se deparou com projeções de dados sobre o racismo no Brasil. As imagens fazem parte da campanha “Racismo se combate em todo lugar: Defensoras e Defensores Públicos pela equidade racial” que acontece em virtude do Dia da Defensoria Pública, celebrado nesta quarta.

A ação é promovida pela Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (Anadep) em parceria com a Associação dos Defensores Públicos do Estado do Espírito Santo (Adepes).

Além do Espírito Santo, o "projetaço" também está sendo feito no Distrito Federal e nos estados da Bahia, Rio Grande do Norte, São Paulo, Sergipe e Pará. A campanha surge com o intuito de fomentar ao comportamento étnico-racial no que diz respeito ao acesso a direitos e políticas públicas para pessoas indígenas, negras, quilombolas e de demais povos tradicionais.

Fábio Nunes
Fábio Nunes

Outro propósito da iniciativa é conscientizar sobre a necessidade das políticas públicas voltadas ao enfrentamento do racismo estrutural e institucional e enfatizar que a luta antirracista é um dever de toda a sociedade.

Para a coordenadora da Comissão Temática da Igualdade Étnico-Racial da Anadep, Clarissa Verena, a raça, tema escolhido para a campanha, é o fator determinante para a vida da sociedade.

“Se eu falar de mortalidade infantil, de quem estamos falando? Se eu falar de violência doméstica, de quem estamos falando? Se formos tratar aqui da violência estatal ou das abordagens suspeitas feitas por policiais, quem são escolhidos como suspeitos? Então, a raça é algo que determina a nossa vida desde o nascimento até quando a gente morre. Logo, a questão racial deve ser tratada de forma central em nossa sociedade”.

A presidente da Adepes, Vivian Almeida, acredita que a campanha é um importante instrumento para dar visibilidade a temas sensíveis e que precisam do envolvimento de toda a sociedade.

“Infelizmente, o racismo ainda é uma prática tão enraizada em nossa cultura que, por vezes, se torna naturalizado e imperceptível. É preciso desconstruir essa ideia de que o racismo não existe, justamente para que possamos combatê-lo. Está aí a importância do tema, através do qual pretendemos colaborar para o despertar da consciência quanto à necessidade de práticas destinadas ao enfrentamento do racismo estrutural.”

Sistema de cotas

Para garantir a presença da populações negras, indígenas e quilombolas dentro dos espaços de poder e romper com a discriminação racial histórica, as Defensorias Públicas contam com um sistema de cotas.

Atualmente, Espírito Santo, Amapá, Amazonas, Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Sergipe e Tocantins possuem políticas de cotas, com percentuais que variam de 13% a 30%. O Espírito Santo é pioneiro nessa inciativa em todo o Brasil.

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