Política

Mandetta alerta para falta de médicos especialistas e leitos infantis

"Se o vírus começar a ficar muito transmissível para a faixa de 0 a 20 anos e começar a levar crianças (para os hospitais) em estado grave, vamos ter outro colapso só que para a infância e adolescência", alertou ex-ministro

Estadão Conteúdo

Redação Folha Vitória
Foto: Agência Brasil

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta alertou nesta terça-feira, 4, para quantidade insuficiente de médicos intensivistas no País, a fim de fazer frente ao número de pacientes graves acometidos pela covid-19 e internados em unidade de terapia intensiva (UTI). 

Durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado, Mandetta também destacou risco de o Brasil não ter leitos infantis suficientes para atender a pacientes mais jovens caso surjam variantes do novo coronavírus que atinjam com mais gravidade pacientes de 0 a 20 anos.

"O Brasil tem um problema muito grave de não fazer educação continuada destes (médicos). Mesmo os que se formaram há muito tempo, não precisam demonstrar nada de capacidade. A gente dá um (registro no Conselho Regional de Medicina) CRM e ele fica com ele pelo resto da vida, sem passar por um curso, um nada", disse Mandetta nesta tarde (4). 

"Se o vírus começar a ficar muito transmissível para a faixa de 0 a 20 anos e começar a levar crianças (para os hospitais) em estado grave, o número de CTIs de pediatria e intensivistas especializados em pediatria é muito baixo. Vamos ter outro colapso só que para a infância e adolescência", alertou.

"O Brasil é um dos países que mais perdeu médicos, enfermeiros e fisioterapeutas no mundo", lamentou. "Já não tínhamos muito e aqueles que permaneceram perderam pais e filhos. Estão esgotados", disse Mandetta.

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