Política

Os políticos do ES que vão trocar de partido de olho em 2022

Ferraço (PSDB), Givaldo Vieira (PCdoB), Juninho (Cidadania) e Fabiano Contarato (Rede) estão de saída das legendas; Já Audifax (Rede) está sendo aconselhado a seguir no partido para disputar o governo do Estado no ano que vem

Luana Damasceno de Almeida

Redação Folha Vitória
Foto: Montagem / Folha Vitória

Ainda falta um ano e sete meses para as eleições. Para quem vota pode parecer distante. Mas, para quem quer ser candidato, as articulações e estratégias já começaram. Em 2022, o eleitor irá escolher nomes para governador, deputado estadual, federal e senador. Serão 42 vagas cobiçadas por centenas de candidatos do Estado. Alguns deles já são conhecidos na política, e devem migrar para uma "nova casa" com foco nas eleições.

Foto: Agência Brasil

Ricardo Ferraço (PSDB) já está praticamente com um pé no DEM, partido que irá presidir assim que entrar oficialmente para a legenda. Segundo Theodorico Ferraço (DEM), pai de Ricardo e deputado estadual, o ex-senador vai fazer um trabalho de modernização do partido para torná-lo competitivo em 2022.

Ricardo se afastou da política depois da tentativa frustrada de se reeleger senador em 2018. Segundo fontes, dificilmente ele enfrentaria Renato Casagrande no ano que vem, de quem se tornou aliado nos últimos anos. O que também não quer dizer que Ferraço vai subir no palanque do governador, já que esse apoio ao governo estadual não é unanimidade no DEM capixaba, a começar por Theodorico, que se declara "completamente independente". 

"Casagrande nunca se interessou pelo partido, e agora o partido é que vai decidir. Eu pessoalmente falo que eu estou pra ele como ele está pra mim", disse o deputado estadual. Segundo informações de bastidores, o ex-senador quer voltar para o Congresso Nacional. Dessa vez, para a Câmara dos Deputados. Ou seja, o mais provável é que um dos adversários de Ferraço seja não Casagrande, e sim Paulo Hartung (sem partido), que também deve brigar por uma cadeira na Câmara. 

Foto: Agência Brasil

O ex-deputado federal Givaldo Vieira é presidente do PCdoB no Estado. O diretor do Detran era um dos principais nomes do PT no Estado, mas deixou a sigla após desentendimentos com João Coser sobre o comando do partido. Givaldo atuou como vice-governador durante a primeira gestão Casagrande, entre 2011 e 2014. Aliado de primeira hora do governador, sua ida para o PSB é dada como certa.

O objetivo do ex-deputado federal é voltar à Câmara em 2022. Ele tentou se eleger para o cargo em 2018, mas sem sucesso. A verdade é que sua saída do PT facilitou o caminho para a eleição de Helder Salomão naquele ano, que foi o quarto parlamentar capixaba mais votado. Por outro lado, dificultou os projetos políticos de Givaldo, já que, a notar pelo resultado do último pleito em que participou, seus eleitores não se mantiveram fiéis após a mudança de partido. 

Foto: reprodução de video

O ex-prefeito de Cariacica, Juninho, também não deve seguir no Cidadania. Ele se manteve isento nas últimas eleições, sem apoiar nenhum candidato para sua sucessão e evita comentários sobre a troca de partido. Juninho teve conversas com o PDT de Sérgio Vidigal, mas ainda não concretizou a saída. 

Foto: gabriel lordelo / estadao

Não é segredo que o senador Fabiano Contarato (Rede) está de saída da Rede, primeiro partido a se filiar quando decidiu entrar para a política. O senador ainda não anunciou o partido ao qual vai ser filiar, mas tudo indica que será o PT do ex-presidente Lula. Segundo Contarato, a troca de legenda tem o objetivo de garantir mais espaço no Senado. 

"Os partidos com uma estrutura maior conseguem uma colocação mais adequada. Eu queria muito fazer parte da CPI da Covid, eu assinei, acho que teria muito o que contribuir, mas eu não tive direito a ter vaga", disse o senador em entrevista à reportagem no mês passado. 

O senador também não descartou disputar o governo do Estado em 2022. Dentre as siglas com quem conversou, PT, PSB e PDT,  as chances de uma eventual disputa ao governo são maiores no PT, considerando que a prioridade do PSB é reeleger Casagrande e o PDT de Vidigal apoia o governador. 

Foto: TV Vitória

Dentre os nomes citados acima, Audifax Barcelos é o único que pode mudar de ideia sobre a mudança. O ex-prefeito da Serra foi eleito porta-voz da Rede no Espírito Santo. Ele já exercia o papel de articulador da legenda aqui no Estado, entretanto, a formalização da  atribuição de porta-voz mostra o esforço dos diretórios estadual e nacional para que o ex-prefeito siga no partido. 

Entre as opções para 2022, Audifax está mais inclinado a disputar a eleição para governador do Estado. Entretanto, a projeção dele no período eleitoral pode ficar ameaçada pela pouca expressividade do partido, que perdeu acesso ao fundo partidário e à propaganda gratuita na TV e no Rádio. O ex-prefeito chegou a conversar com algumas siglas, como o MDB e o PL. Mas está sendo aconselhado a permanecer na Rede por Paulo Hartung, já que é o único partido que não vai "trair" o ex-prefeito e inviabilizar sua candidatura lá na frente. 

 


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