Política

Líbia realiza eleições parlamentares nesta quarta-feira

Redação Folha Vitória

Trípoli - Os eleitores líbios participavam nesta quarta-feira de uma eleição legislativa que, segundo expectativas das autoridades, deve encerrar a desordem política e a violência que se espalha no país desde a queda do ditador Muamar Kadafi.

Em Trípoli e Benghazi os eleitores aproveitaram o feriado, determinado por causa do pleito, para ir às urnas. A segurança foi reforçada em alguns locais de votação da capital, mas em outros não havia presença de policiais.

Nas últimas semanas, a Líbia vem sendo atingida por uma crise na qual dois gabinetes rivais disputam o poder em meio a um confronto entre islamitas e liberais, na medida em que a violência aumenta no leste, onde um general combate jihadistas.

Uma série de milícias, dentre elas de extremistas islâmicos, que ajudaram a derrubar Kadafi em 2011 são responsabilizadas pela violência que não diminui desde aquela época.

"Esta é a última chance para as eleições. Estamos colocando muita esperança no futuro Parlamento para que ele retome a segurança e a estabilidade do nosso país", disse Amr Baiou, de 32 anos, ao sair do centro de votação instalado num bairro residencial de Trípoli.

Os rebeldes fortemente armados que derrubaram e mataram Kadafi formaram seus próprios feudos na região tribal do país, sendo que alguns chegaram a tomar terminais petrolíferos, prejudicando as exportações de um setor muito importante para a arrecadação do governo.

O Congresso Geral Nacional (CNG), o Parlamento, que é a mais alta autoridade política da desde a revolta de 2011, foi eleito em julho de 2012, durante as primeiras eleições livres realizadas no país, mas o pleito foi cercado de controvérsias.

A crise veio à tona em fevereiro, quando o CNG, cujo mandato estava para ser encerrado, decidiu prolongar o tempo da legislatura até dezembro. Os protestos de rua contrários à decisão forçaram os parlamentares a anunciar a data da eleição.

Cerca de 3,5 milhões de líbios estão aptos a votar, mas apenas 1,5 milhão se registraram, muito menos do que os 2,7 milhões que decidiram participar das eleições dois anos atrás.

Os eleitores vão escolher entre 1.628 candidatos, sendo que 32 dos 200 assentos do CNG são reservados para mulheres. As urnas serão fechadas às 20h (horário local, 15h em Brasília), mas os resultados finais devem ser divulgados em "alguns dias", segundo funcionários eleitorais.

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) expressou expectativas de que o pleito possa ser um trampolim para que o país saia do caos. Fonte: Dow Jones Newswires.

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