Política

Fake news: pesquisa aponta que 9 entre 10 pessoas acreditam em risco para a sociedade

Senador Alessandro Vieira e deputados Felipe Rigoni e Tabata Amaral apresentam levantamento que é base para Lei das Fake News

Foto: Reprodução coletiva
Felipe Rigoni acredita que lei já poderá valer para eleições deste ano

Três em cada quatro usuários de redes sociais concordam que notícias falsas, as chamadas fake news, ganham mais destaque do notícias verdadeiras em ambientes virtuais. E nove em cada 10 pessoas acreditam que as notícias falsas trazem riscos para a sociedade no momento atual de pandemia. Os números são de uma pesquisa do Instituto DataSenado realizada em todo País com objetivo de ouvir a opinião dos brasileiros sobre redes sociais e o Projeto de Lei 2.630, a Lei das Fake News, que Institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

“Nossa intenção é começar a apreciar o projeto no Senado já na próxima terça-feira e aprovar ainda na semana que vem. Queremos que a lei seja aprovada e valha já para as eleições deste ano. Em função da pandemia, a campanha deve ser direcionada para meios digitais e, por isso, estará sujeita a grande disseminação de fake news, o que pode mudar de forma criminosa a escolha do eleitor. E a pesquisa confirma o amplo desejo da sociedade brasileira por uma legislação que combata a mentira e a desinformação nas redes sociais”, disse o senador em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (18).

Quem também participou da coletiva foram os deputados Felipe Rigoni (PSB) e Tabata Aaral (PDT-SP). Eles encabeçam, na Câmara dos Deputados, a iniciativa de combater a disseminação de fake news, principalmente em tempos de pandemia do novo coronavírus.

“É mais importante adotar medidas contra a fake news profissional, aquela que se utiliza de robôs e é criada para disseminar a informação falsa. Tem agência que é paga para produzir fake news e nesse sentido é importante que a lei já esteja valendo nas eleições deste ano. Então, depois que o projeto sair do Senado já estamos articulando para que tenhamos rapidez na votação na Câmara também. Nosso grande motivador é a pandemia, porque é nesse período que a gente vê como é nociva a disseminação de fake news e isso pode distorce as eleições e a nossa democracia”, disse o deputado capixaba Felipe Rigoni.

Sobre o projeto de lei sendo discutido no Senado, 84% dos brasileiros que usam ou já usaram redes sociais avaliam que a criação de uma lei de combate às fake news vai contribuir para a redução da quantidade de notícias falsas que circulam nessas plataformas. Os dados mostram que 65% dos usuários sabem que o Congresso Nacional está debatendo uma proposta de lei para combater as notícias falsas em redes sociais.

A pesquisa também aponta que um quarto dos brasileiros (25%) não sabe o que são notícias falsas e 78% dos brasileiros que possuem redes sociais já identificaram alguma notícia falsa. Com relação à presença de robôs nas redes sociais, 46% dos brasileiros não sabem que existem robôs nas redes sociais e três em cada quatro brasileiros (75%) concorda que os robôs utilizados nas redes sociais devem ser identificados. Deste grupo que conhece os robôs, 82% sabem que robôs também são usados para espalhar notícias falsas.

Tabata Amaral acredita que é tempo de dar um basta nas fake news. “Todos nós concordamos que basta de fake news. Ninguém quer ser enganado e a pesquisa do DataSenado mostra isso. As fake news não só distorcem a opinião pública, mas também apresentam um risco à vida dos brasileiros, como estamos vendo agora durante a pandemia com a quantidade de desinformação sobre o coronavírus. Estamos trabalhando há meses em uma proposta viável e consensual que responda diretamente aos anseios da população”. 

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