Política

Câmara de Vitória arquiva denúncia de machismo contra vereador Gilvan da Federal

Relator do processo, Maurício Leite (Cidadania) já tinha emitido parecer contra representação por entender que "o representado não extrapolou as prerrogativas inerentes ao mandato"

Luana Damasceno de Almeida

Redação Folha Vitória
Foto: Assessoria de Comunicação / Camila Valadão

A Câmara de Vitória arquivou o processo aberto pela vereadora Camila Valadão (Psol) por quebra de decoro contra Gilvan da Federal (Patriota). Nesta quarta-feira, André Brandino (PSC), Armandinho Fontoura (Podemos), Duda Brasil (PSL) e Maurício Leite (Cidadania) votaram a favor do arquivamento. O presidente da Corregedoria, Anderson Goggi (PTB) não tem direito ao voto.

O relator do processo, Maurício Leite (Cidadania), já tinha emitido parecer contra a representação por entender que "o representado não extrapolou as prerrogativas inerentes ao mandato. Apenas explicitou sua opinião política”.

Apesar de discordar, Camila disse que já esperava a decisão. “O relatório tem vários erros. Ele faz um juízo de mérito, o que extrapola sua competência. E para além disso, sendo mais grave ainda, é a avaliação dos vereadores que tudo que foi proferido contra mim não configura quebra de decoro parlamentar. Então, dizer que ‘não tenho moral’, que sou ‘canalha’ e ‘covarde’ foi interpretado como normal. O que é lamentável, pois isso é uma violência", disse a vereadora. 

A denúncia pedia uma advertência verbal e a suspensão das prerrogativas regimentais de Gilvan.. 

Em apoio à parlamentar, um grupo de mulheres compareceu na tarde desta quarta à Câmara da Capital segurando cartazes com frases de protesto como: “Não nos calarão” e “Não seremos interrompidas”. 

Entenda o caso

No final de abril a vereadora de Vitória, Camila Valadão (Psol), entrou com uma representação na Corregedoria-Geral da Câmara de Vitória contra o vereador Gilvan da Federal. A parlamentar alegou prática de "atos incompatíveis com a ética e decoro parlamentar". 

No documento, Camila Valadão aponta que, desde que tomou posse no Legislativo municipal, em janeiro deste ano, se tornou alvo de agressões verbais e comentários machistas por parte de Gilvan, vereador bolsonarista de perfil conservador.

Um dos episódios polêmicos e que ganhou repercussão nacional ocorreu no Dia da Mulher, quando Camila presidia a sessão ao lado da Karla Coser (PT). Logo no início dos trabalhos, o vereador reclamou da roupa da vereadora. 

“Creio que os vereadores aqui tem que estar com traje formal, e na minha opinião a vereadora não está com traje formal para a sessão”, disse Gilvan se referindo à blusa da parlamentar. Ainda acrescentou: “quem quer respeito, se dá ao respeito”.

Além de falar da roupa, o vereador ainda criticou um adesivo usado por Camila, que trazia a mensagem “Fora Bolsonaro”. Ele afirmou que a manifestação política feria o regimento. Porém, Gilvan usava uma máscara em saudação ao presidente Bolsonaro.

Já na sessão do dia 14 de abril, o vereador interrompeu aos gritos a fala de Camila, que fazia um pronunciamento a respeito de uma proposta sobre regras de transição da aposentadoria. A vereadora ainda alega que, além da perseguição dentro do plenário, o parlamentar tem usado em suas redes sociais vídeos para atacá-la.

O QUE DIZ GILVAN DA FEDERAL 

Não há que se comemorar o óbvio, afinal, contra fatos não há argumentos. Apenas lamento o desperdício da máquina pública para administrar em corregedoria o chilique midiático de militantes defensores das antivirtudes e inimigos dos sagrados valores da família. Minha cruzada contra todo tipo de atentado contra a sociedade de bem sempre será implacável.





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