Foto: Assessoria de Comunicação / Camila Valadão

A Câmara de Vitória arquivou o processo aberto pela vereadora Camila Valadão (Psol) por quebra de decoro contra Gilvan da Federal (Patriota). Nesta quarta-feira, André Brandino (PSC), Armandinho Fontoura (Podemos), Duda Brasil (PSL) e Maurício Leite (Cidadania) votaram a favor do arquivamento. O presidente da Corregedoria, Anderson Goggi (PTB) não tem direito ao voto.

O relator do processo, Maurício Leite (Cidadania), já tinha emitido parecer contra a representação por entender que “o representado não extrapolou as prerrogativas inerentes ao mandato. Apenas explicitou sua opinião política”.

Apesar de discordar, Camila disse que já esperava a decisão. “O relatório tem vários erros. Ele faz um juízo de mérito, o que extrapola sua competência. E para além disso, sendo mais grave ainda, é a avaliação dos vereadores que tudo que foi proferido contra mim não configura quebra de decoro parlamentar. Então, dizer que ‘não tenho moral’, que sou ‘canalha’ e ‘covarde’ foi interpretado como normal. O que é lamentável, pois isso é uma violência”, disse a vereadora. 

A denúncia pedia uma advertência verbal e a suspensão das prerrogativas regimentais de Gilvan.. 

Em apoio à parlamentar, um grupo de mulheres compareceu na tarde desta quarta à Câmara da Capital segurando cartazes com frases de protesto como: “Não nos calarão” e “Não seremos interrompidas”. 

Entenda o caso

No final de abril a vereadora de Vitória, Camila Valadão (Psol), entrou com uma representação na Corregedoria-Geral da Câmara de Vitória contra o vereador Gilvan da Federal. A parlamentar alegou prática de “atos incompatíveis com a ética e decoro parlamentar”. 

No documento, Camila Valadão aponta que, desde que tomou posse no Legislativo municipal, em janeiro deste ano, se tornou alvo de agressões verbais e comentários machistas por parte de Gilvan, vereador bolsonarista de perfil conservador.

Um dos episódios polêmicos e que ganhou repercussão nacional ocorreu no Dia da Mulher, quando Camila presidia a sessão ao lado da Karla Coser (PT). Logo no início dos trabalhos, o vereador reclamou da roupa da vereadora. 

“Creio que os vereadores aqui tem que estar com traje formal, e na minha opinião a vereadora não está com traje formal para a sessão”, disse Gilvan se referindo à blusa da parlamentar. Ainda acrescentou: “quem quer respeito, se dá ao respeito”.

Além de falar da roupa, o vereador ainda criticou um adesivo usado por Camila, que trazia a mensagem “Fora Bolsonaro”. Ele afirmou que a manifestação política feria o regimento. Porém, Gilvan usava uma máscara em saudação ao presidente Bolsonaro.

Já na sessão do dia 14 de abril, o vereador interrompeu aos gritos a fala de Camila, que fazia um pronunciamento a respeito de uma proposta sobre regras de transição da aposentadoria. A vereadora ainda alega que, além da perseguição dentro do plenário, o parlamentar tem usado em suas redes sociais vídeos para atacá-la.

O QUE DIZ GILVAN DA FEDERAL 

Não há que se comemorar o óbvio, afinal, contra fatos não há argumentos. Apenas lamento o desperdício da máquina pública para administrar em corregedoria o chilique midiático de militantes defensores das antivirtudes e inimigos dos sagrados valores da família. Minha cruzada contra todo tipo de atentado contra a sociedade de bem sempre será implacável.