Eleições 2018

Política

Blocão de Hartung agora tem quatro candidatos ao governo e quer Magno para o Senado

As dez siglas que compõem a base aliada reafirmaram a aliança em torno do projeto governista, e vão agora tentar ampliar o leque de partidos. Na mira, DEM, PDT, PV e Avante

Alex Pandini

Redação Folha Vitória
Magno Malta (PR), pré-candidato à reeleição ao Senado, será convidado a integrar a coligação hartunguista.

As negociações seguem aceleradas dentro do blocão de dez partidos que formam a base aliada do governador Paulo Hartung (MDB), que decidiu não concorrer à reeleição. Após reunião nesta quinta (12), na sede do PSD, em Vitória, subiu para quatro o número de "pré-pré-candidatos", cujos nomes serão objeto de análise para uma definição sobre quem substituirá Hartung na candidatura ao governo.

O grupo acolheu os nomes do vice-governador César Colnago (PSDB) - que manifestou interesse em concorrer - e do empresário Aridelmo Teixeira (PTB) - indicado pela direção do partido. Além deles, o blocão também diz aceitar os nomes do senador Ricardo Ferraço (PSDB) e do deputado estadual Amaro Neto (PRB).

Ainda sem manifestarem publicamente se topam o desafio, Ferraço e Amaro teriam pedido "um tempo" antes de dar uma resposta. Uma nova reunião está agendada para a próxima segunda (16). De acordo com o presidente do PSD e porta-voz oficial do blocão, Neucimar Fraga, enquanto ambos "terão três dias para uma reflexão, nosso grupo poderá conversar com outros atores e buscar alianças. Se as conversas avançarem é possível que até mesmo na segunda já tenhamos uma definição quanto à cabeça de chapa", disse. A decisão tem que ser tomada antes do início do período de coligações previsto na legislação eleitoral, que vai de 20 de julho a 5 de agosto.

Amaro é o preferido do grupo

Ainda segundo Neucimar, na avaliação geral o melhor nome para ser candidato ao governo pela coligação é o do deputado estadual Amaro Neto. "Ele tem a melhor largada, o melhor recall, inclusive demonstrado nas pesquisas", avaliou, mas disse que "o Ricardo também agrega, porque pode trazer o DEM, até pela relação do presidente do partido, que é pai dele" (fazendo referência ao deputado Theodorico Ferraço).

Magno Malta

Outra definição na reunião foi oferecer uma vaga de candidato ao senado na coligação para Magno Malta (PR), senador que busca a reeleição. De acordo com Neucimar, há espaço para encaixar Magno, sendo que "para isso um dos dois, Amaro ou Ricardo, tem que aceitar ir para a disputa ao governo".

Alianças e "prefeitada"

O grupo governista parece estar com um olho no peixe e outro no gato. Enquanto todos os representantes partidários do blocão usam o mesmo discurso, dizendo que, desde a desistência de Hartung, a cada dia as siglas se tornam ainda mais unidas e vão agora buscar atrair novas alianças, o próprio governador deu uma demonstração de prestígio na tarde de hoje, quando reuniu nada menos que 66 prefeitos e dois vice-prefeitos no Palácio Anchieta. 

A reunião, segundo a assessoria, foi para o governador passar a situação da gestão aos prefeitos, pedir apoio na mobilização pelos interesses capixabas nas questões da privatização do aeroporto de Vitória e dos investimentos da Vale na EF 118 (Vitória/Kennedy) e também para "falar do seu futuro político".

Oposição 

Num dia em que o blocão partiu pra cima em busca não só de consolidação interna, mas também de ampliar o leque de alianças, é hora de esperar a reação das candidaturas oposicionistas. Até o momento, o discurso do principal pré-candidato da oposição, o ex-governador Renato Casagrande (PSB) é o de que a movimentação não interfere nos planos já traçados. 

Nesta semana, Casagrande se reuniu duas vezes (na terça e hoje) com integrantes de partidos que acenam com uma possível aliança. São eles PSC, PTB, PTC, PV, PL e Avante. De acordo com o secretário-geral do PSB, Carlos Rafael, as conversas estão ainda "no namoro, na troca de olhares" e não há nada definido, enquanto há outros com conversas mais adiantadas, como PPS, PTdoB, PHS e PDT - sendo este último atrelado a uma negociação em nível nacional.

Já Rose de Freitas (pré-candidata do Podemos) também foi acionada por meio da assessoria, mas até o fechamento desta matéria não havia retornado. 

Partidos flutuantes

Com o dia 20 de julho batendo à porta, os partidos que ainda flutuam entre apoiar uma ou outra coligação vão se tornando mais cobiçados. O PTB, que "está lá e cá", não assinou a carta feita pelo blocão no início da semana e teve reunião esta tarde com o grupo de Casagrande. Porém, parece ter colocado os dois pés dentro do time hartunguista através da indicação de Aridelmo Teixeira (que pode inclusive se tornar vice, dependendo das negociações). O que também não significa que já tenha se decidido.

Além do PTB, e, por uma questão lógica, o DEM de Ferraço pai e o PR de Magno, o blocão acredita poder atrair o PDT de Sérgio Vidigal (cuja prioridade é a eleição para a Câmara dos Deputados) e ainda o Avante e o PV, esses últimos que também participaram da reunião com o pré-candidato do PSB. É esperar pra ver. No caso do PDT, a aliança costurada nacionalmente entre Ciro Gomes e os caciques socialistas pode ser um complicador.

Como se não bastasse tudo isso, o deputado estadual Enivaldo dos Anjos colocou mais tempero na panela, sugerindo que o nome para candidato ao governo do estado seja o do presidente da Assembleia, Erick Musso (PRB).

O blocão é formado por MDB, PSDB, PSD, PRB, PROS, PMN, PRP, Patriota e PTC.

 

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