Impasse sobre corte de árvores permanece em Guarapari Impasse sobre corte de árvores permanece em Guarapari Impasse sobre corte de árvores permanece em Guarapari Impasse sobre corte de árvores permanece em Guarapari
Impasse sobre corte de árvores permanece em Guarapari

Uma reunião pública aconteceu na tarde de sexta-feira (13), na Câmara Municipal de Vereadores de Guarapari, presidida pela Comissão Permanente de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca, através do presidente Thiago Paterlini e do vereador Marcos Grijó, com o propósito de esclarecer sobre o pedido de supressão das castanheiras na Prainha supostamente feitos pela Associação de Pescadores e Moradores da Prainha de Muquiçaba (APMP) e pela síndica do prédio Porto Maior, de acordo com a Secretária de Agricultura e Meio Ambiente, Thereza Cristina.

Aberta a sessão, o presidente da comissão convidou o vice-presidente da APMP, José Augusto Monjardim, o Deco, para compor a mesa e responder se houve realmente um pedido por parte da associação da Prainha para que as árvores do bairro fossem cortadas.

“Nós nunca fomos consultados sobre a retirada das árvores da Prainha, isso é uma inverdade, essa é a primeira reunião que participamos. A APMP está de acordo com o corte das duas figueiras, uma já foi cortada na Praça Central e outra maior em frente ao prédio Gotardo, que as raízes atrapalham a rede de esgoto e as calhas caem em cima dos carros e pedestres. E as duas castanheiras encostadas no Hotel Por do Sol que estão chegando à rede elétrica. Concordamos com a retirada dessas quatro”.

Para Deco, mesmo que a prefeitura coloque palmeiras substituindo as castanheiras como consta no projeto de revitalização da Prainha, elas nunca terão a sombra das castanheiras, mesmo se forem adultas. “O projeto que tem se adequar as árvores, não as árvores ao projeto. Não somos contra a reforma, mas sim ao corte de todas as árvores”, falou.

Diante da negativa do representante da APMP, Paterlini também relatou que a síndica do prédio Porto Maior fez coro com Deco e disse que não houve reunião ou consulta sobre a supressão da castanheira em frente ao prédio. “A Senhora Rosângela teve um problema de saúde e não pôde comparecer, nós conversamos por telefone e ela me garantiu que assinará a ata desta reunião”, contou o parlamentar.

O vereador acrescentou que a comissão não é contra a revitalização, mas sim a forma ditatorial que o executivo e seus representantes vêm conduzindo suas obras e projetos. “A sociedade tem que ser ouvida, as manifestações dos moradores tem que ser consideradas”.

O próximo passo, segundo Paterlini e Grijó, é à entrada com uma ação no Ministério Público para esclarecimento sobre o ofício não recebido com informações do projeto, pela licença vencida para o corte das árvores, pela inverdade da declaração da secretária Thereza Cristina que atribuiu a AMPM o pedido de supressão das 17 árvores da Prainha, quando a associação pediu apenas a retirada de quatro, as manifestações populares e as mais de mil assinaturas que a Câmara recebeu contra o corte das árvores.

Indama Brazil

Delegado Freitas do Indama.

O vice-presidente do Indama Brazil, Delgado Freitas, esteve na manhã de hoje analisando a castanheira que começou a ser cortada nesta semana na Orla da Prainha. Segundo Freitas, a ideia é não permitir que fosse concretizado o crime ambiental.

“Eu estava em São Paulo quando vi o vídeo do corte e da manifestação na terça de manhã. No mesmo dia cheguei a Guarapari e constatei que em torno de 45% da árvore já havia sido danificada e que não havia licença para poda ou supressão da castanheira, constatando crime ambiental”, disse Freitas.

Ela acrescenta que essa árvore não vai cair e que ela não oferece risco algum para a sociedade, sendo uma poda suficiente para que em trono de 60 dias ele volte a se regenerar. “Temos que evitar danos na flora e na fauna, todo projeto tem que calcular isso antes de seguir em frente. Defendo que toda árvore seja mantida no lugar, que a árvore local seja preservada”.

O delegado falou que foi feito um pedido ao promotor para instaurar um inquérito administrativo e civil pelo crime ambiental. E um outro abaixo assinado para protocolar um novo pedido de preservação da castanheira em questão.

O instituto tem 26 anos e atua em 18 países com ambientalistas sem vínculo com o governo federal. É uma Ong independente que fiscaliza e defende o meio ambiente.

O corte da castanheira foi coberto para evitar novos danos.