Política

Crea-ES investiga possíveis irregularidades na concessão da BR-101

O Conselho designou uma equipe para fiscalizar contratos, serviços e obras da Eco101. Caso seja encontrado irregularidades, sanções podem ser adotadas

Gabriel Barros

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução

Após a desistência do contrato de concessão da BR-101 no Espírito Santo, a Eco101 será investigada pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES). O órgão argumenta que, durante nove anos de concessão, apenas 11% das obras de duplicação da rodovia previstas no contrato foram concluídas.

A Eco101 assumiu a concessão dos 475,9 km da BR-101 em maio de 2013. O contrato previa a realização de serviços como recuperação, manutenção, monitoramento, conservação, operação, ampliação, melhorias e exploração do trecho durante 25 anos. 

Em 15 de julho, conforme noticiou a coluna De Olho No Poder, a concessionária protocolou uma declaração formal de intenção para deixar o contrato na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

O Crea-ES considera a decisão desrespeitosa. "Transcorridos nove anos do início do contrato, aponta-se que apenas aproximadamente 11% dos quilômetros que estão sob sua responsabilidade foram duplicados, o que representa uma afronta à sociedade capixaba e um total desrespeito ao trato com o dinheiro público", afirmou em nota.

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O Conselho designou uma equipe multidisciplinar para fiscalizar todos os contratos, serviços e obras em andamento e já prestados pela Eco101 com a intenção de averiguar eventuais irregularidades.

"Após a conclusão dos trabalhos de investigação, inventário de situação e vistorias fiscais e técnicas, e havendo justificativa que as motivem, o Conselho tomará as medidas cabíveis para sanções nas esferas civil, penal e administrativa", acrescenta.

Em nota, a Eco101 disse que sempre esteve e está à disposição de todos os órgãos e entidades, mas que não irá comentar as declarações.