Política

Líder nas pesquisas, Luciana Genro garante presença em debate em Porto Alegre

Redação Folha Vitória

Porto Alegre - Enquanto em São Paulo e no Rio os candidatos do PSOL protestam por ficar de fora dos primeiros debates eleitorais na televisão, em Porto Alegre o partido está livre deste obstáculo. A ex-deputada federal Luciana Genro, candidata à prefeitura da capital gaúcha, não encontra resistência para participar dos debates.

Nos últimos dias, esteve em encontros organizados por emissoras de rádio. Além disso, já confirmou presença nos dois primeiros eventos na TV, previstos para 8 e 25 de setembro. A legislação eleitoral determina que estão aptos a participar de debates os candidatos com coligações que tenham mais de nove parlamentares na Câmara dos Deputados.

No entanto, a mesma lei prevê a possibilidade de alteração da regra, caso haja concordância de, ao menos, dois terços dos demais candidatos com a representatividade exigida. "Em Porto Alegre, felizmente, a atitude dos candidatos têm sido de concordância", disse à reportagem o coordenador da campanha de Luciana, Roberto Robaina.

A ex-prefeita de São Paulo e candidata à Prefeitura da capital paulista, Luiza Erundina (PSOL), foi barrada no programa realizado nesta segunda-feira, 22, na TV Bandeirantes. No Rio, o candidato Marcelo Freixo (PSOL) também está impedido de comparecer ao debate marcado para esta quinta-feira, 25, na mesma emissora.

"A Luciana tem uma vantagem porque está em primeiro lugar nas pesquisas em Porto Alegre. Seria absurdo, em termos de cobertura, ela não participar dos debates. De qualquer forma, é brutal tirar a Erundina e o Freixo, assim como seria brutal tirar a Luciana", avaliou Robaina.

Uma pesquisa do Ibope divulgada nesta segunda-feira, 22, mostrou Luciana e o candidato Raul Pont (PT) na liderança da corrida para a prefeitura de Porto Alegre, com 23% e 18% das intenções de voto, respectivamente. Como a margem de erro é de 4 pontos porcentuais, para mais e para menos, Luciana e Pont estão tecnicamente empatados.

Na sequência, estão os candidatos Nelson Marchezan Júnior (PSDB), com 12%; Sebastião Melo (PMDB), com 10%; João Carlos Rodrigues (PMN), Júlio Flores (PSTU) e Mauricio Dziedricki, todos com 3%; Marcello Chiodo (PV), com 2%, e Fábio Ostermann (PSL), com 1%.

A pesquisa, encomendada pelo Grupo RBS, é a primeira após o registro das candidaturas. O Ibope ouviu 602 eleitores entre os dias 18 e 21 de agosto, e o nível de confiança é de 95%. Isso significa que, considerando a margem de erro de 4 pontos, a probabilidade de o resultado retratar a realidade é de 95%. O levantamento foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral de Rio Grande do Sul (TRE-RS) sob o protocolo RS-09253/2016.

Em julho, a candidata do PSOL à Prefeitura de Porto Alegre apareceu em primeiro lugar no levantamento realizado pelo Instituto Methodus, quando as candidaturas ainda não tinham sido oficializadas. Na página na internet, a Bandeirantes afirma que convidou para o debate na capital gaúcha - marcado para 8 de setembro - os quatro candidatos com representação na Câmara dos Deputados suficiente para lhe assegurar presença: Melo, Marchezan Júnior, Pont e Dziedricki. A emissora esclarece que, por um critério jornalístico, amparado pela Lei Eleitoral, também convidou Luciana, por liderar as sondagens.

De acordo com o coordenador da campanha da candidata do PSOL à prefeitura, o nome de Luciana não foi questionado pelos adversários e, portanto, a participação está assegurada. Segundo Robaina, o mesmo ocorre com o encontro na TV Record, que será no fim de setembro. Já as regras do debate na RBS TV ainda não foram discutidas.

O deputado Marchezan Junior, terceiro na pesquisa do Ibope da capital gaúcha, entende que o critério de representatividade da atual legislação é importante e afirma acreditar que não há possibilidade de se fazer um debate produtivo na televisão com um número muito grande de candidatos - na capital, por exemplo, são nove no total.

"Mas também é importante observar as pesquisas. No caso da Luciana, ela está bem colocada, e isso também é um tipo de representatividade. Por isso, não me oponho à sua presença, acho coerente que ela participe", disse.

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