Política

Indicações políticas tiram fundos do Estado e alimentam corrupção, diz Dias

O candidato à Presidência do Podemos, Alvaro Dias, abriu a série de encontros Estadão-Faap Sabatinas com os Presidenciáveis defendendo a refundação da República através de um pacto com a sociedade civil que permita ao próximo governante nomear um ministério sem indicações políticas.

"As indicações políticas retiram fundos do Estado e alimentam a corrupção. Vamos inverter a lógica de nomeação", afirmou, prometendo nomear ministério sem indicações feitas por partidos. "O Congresso tem sido um colaborador do Executivo, a população tem que reagir. Isso só aconteceu duas vezes, durante o impeachment de (Fernando) Collor e (Dilma) Rousseff", criticou o presidenciável na manhã desta segunda-feira.

De acordo com o senador, isso só irá acontecer se a população se apoiar no "profundo sentimento de mudança" que existe e apoiar o próximo governante. "O próximo governo tem que ser 50% gestão e 50% comunicação. Obtendo apoio da população, teremos apoio do Congresso", disse Dias.

O presidenciável notou que as propostas de todos os candidatos nessa eleição, incluindo as suas, são mais ou menos parecidas, algo semelhante ao que aconteceu no pleito anterior. "Se não rompermos com esse sistema, todas as propostas serão blablabla eleitoral", defendeu.

Confrontado sobre como transpor esse pacto suprapartidários para a realidade, Dias disse que já fez o mesmo quando governou o Paraná e que, com o apoio da população, "quem resistir a esse movimento será atropelado".

"Acredito sim ser possível. Michel Temer não conseguiu fazer uma equipe diferente porque é irmão siamês de quem montou esse sistema. E o equívoco da oposição foi fazer um impeachment pela metade. Ela deixou um presidente (no lugar de Dilma) que tinha duas denúncias."

Dias é o primeiro candidato a participar da sabatina do Estado de S.Paulo nas eleições presidenciais 2018, feita em parceria com a Fundação Armando Alvares Penteado (Faap). A série de encontros Estadão-Faap Sabatinas com os Presidenciáveis ocorrerá na sede da fundação, em São Paulo, entre os dias 27 de agosto e 6 de setembro. Além dele, estão confirmadas as presenças de João Amoêdo (Novo), Marina Silva (Rede), Fernando Haddad (PT), vice na chapa do ex-presidente Lula, Ciro Gomes (PDT), Henrique Meirelles (MDB) e Geraldo Alckmin (PSDB). O candidato Jair Bolsonaro (PSL) declinou do convite.