Meirelles diz que não necessariamente vice será uma mulher
Candidato do MDB à Presidência da República, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles afirmou nesta quinta-feira, 2, em coletiva de imprensa, que "não necessariamente" uma mulher ocupará a vaga de vice em sua chapa. A senadora Marta Suplicy (MDB-SP) é um dos principais nomes cotados para o posto. A senadora, cujo mandato termina neste ano, tinha dúvidas sobre se candidatar a uma reeleição considerada difícil.
Ao ser questionado sobre o assunto, Meirelles afirmou que não está discutindo nomes e que ser mulher não é um "pré-requisito" para a escolha. "Não tem pressa, o importante é a união do partido", afirmou. Ele destacou que ter conquistado 85% dos votos na convenção do partido, nesta quinta-feira, demonstra que "não existe impossível" em sua vida.
Estacionado em 1% das intenções de voto, interlocutores afirmam que Meirelles está à procura de uma mulher para compor a chapa. Não sem motivo: elas representam 52% do eleitorado nacional e são responsáveis pela maioria dos votos em branco e nulos declarados atualmente em pesquisas.
Hoje, o MDB anunciou que irá definir quem será o vice até a próxima segunda-feira, dia 6. Segundo a assessoria de imprensa do partido, será criada uma comissão especial para deliberar sobre o assunto nos próximos dias.
Ao ser indagado sobre como será a participação do presidente Michel Temer na campanha, Meirelles disse que aceitará o apoio de todas as lideranças. "Não existe questão de colar ou descolar (da imagem de Temer). Sou candidato da minha história. Eu e Temer trabalhamos juntos para tirar o País da maior recessão da história do País", defendeu.
Embora Temer tenha aparecido ao lado do ex-ministro nesta quinta-feira, toda a campanha está sendo montada para que ele fique distante do palanque. Pesquisas eleitorais indicam que a alta impopularidade do presidente (82% de reprovação) contamina não apenas a candidatura de Meirelles como quem dele se aproximar.
Meirelles disse ainda que não percebeu nenhum tipo de rejeição durante convenção, diferentemente do que esperava. Um de seus principais opositores internamente, o senador Renan Calheiros (AL) havia indicado a intenção de se pronunciar contra a candidatura, mas acabou desistindo.
O candidato do MDB também reagiu às críticas feitas na quarta-feira pelo candidato pelo PDT, Ciro Gomes, que afirmou que Meirelles foi presidente do Banco Central por oito anos, mas guarda dinheiro no exterior em paraíso fiscal. Meirelles afirmou que, quando morou nos Estados Unidos, criou uma fundação para aplicações e a quantia será investida em educação no Brasil depois que morrer.