Em SP, Cármen Lúcia brinca com Maia: poderes são harmônicos, nós não competimos
No primeiro semestre, Executivo e Legislativo entraram em conflito em diversas situações em que um reclamou de interferência nas funções do outro
Em tom de brincadeira, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmén Lúcia, provocou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, acerca de uma indisposição que tem ficado cada vez mais acirrada entre os poderes. Em evento sobre liderança promovido pela Fundação Estudar, em São Paulo, após Maia dizer que não poderia competir com a boa resposta dada pela ministra a uma questão, Carmén Lúcia atropelou: "Presidente, os poderes são harmônicos, nós não competimos", disse.
No primeiro semestre, Executivo e Legislativo entraram em conflito em diversas situações em que um reclamou de interferência nas funções do outro. Isso aconteceu, por exemplo, em relação ao decreto de armas editado pela Presidência da República e, também, na medida provisória que retirava da Funai a demarcação de terras indígenas.
A ministra voltou a brincar com Maia quando ele citou ter cinco filhos. "Os senhores veem que o Legislativo atua muito no Brasil", brincou.
Ditadura
Uma semana depois de Jair Bolsonaro ter feito uma declaração polêmica sobre o pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, morto durante a ditadura militar, Maia voltou a exaltar a história de seu próprio genitor com a ditadura. "Meu pai foi líder estudantil, preso, torturado, exilado", disse, ao contar a história de sua carreira política no evento da Fundação Estudar.
Ele destacou sua trajetória no mercado financeiro e disse que, mesmo após decidir ingressar na política, nunca quis trabalhar com seu pai, o político Cesar Maia. "Nunca trabalhei com meu pai, nunca quis trabalhar no governo dele", disse. A fala é feita também em meio à polêmica que entremeia a intenção de Bolsonaro de indicar seu filho, Eduardo Bolsonaro, à embaixada brasileira em Washington.
Maia também frisou que alguns momentos, como a aprovação da recuperação fiscal para o Rio de Janeiro e a aprovação da previdência em Primeiro turno foram momentos muito importantes em sua carreira política.