Política

Chefe do Detran-ES será investigado por suposta coação a servidores

Procurador eleitoral determinou a distribuição do procedimento instaurado para os procuradores eleitorais auxiliares, no que diz respeito a apurações de irregularidades cíveis-eleitorais.

Carlos Lopes é diretor-geral do Detran-ES Foto: Reprodução Facebook

O Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF-ES) vai investigar se houve ato ilícito e crime eleitoral em uma reunião realizada pelo diretor-geral do Detran-ES, Carlos Lopes, há aproximadamente  20 dias. No encontro, o diretor teria pedido votos para a reeleição do governador Renato Casagrande (PSB).

 O procurador regional eleitoral no Espírito Santo, Flávio Bhering Leite Praça, determinou a imediata distribuição do procedimento instaurado para os procuradores eleitorais auxiliares, no que diz respeito a apurações de irregularidades cíveis-eleitorais. Também será enviado ofício ao promotor da 1ª Zona Eleitoral solicitando a adoção de providências destinadas a apurar a possível prática de crime eleitoral.

Lopes é filiado ao PSB e fez reunião no auditório de uma faculdade particular para pedir votos para o governador Renato Casagrande, o candidato a deputado estadual Bruno Lamas e o candidato a deputado federal Paulo Foletto, todos do PSB. Na conversa, o diretor teria coagido os servidores ao pedir a presença deles em atividades de campanha. 

O  MPF-ES, em nota de esclarecimento, informou que: “as notícias relatam hipótese que merece pronta investigação, uma vez que podem configurar ilícitos cível e criminal em âmbito eleitoral. Ressalta-se que, até o momento, com os poucos elementos conhecidos e sem uma investigação mais apurada, não se pode concluir de forma cabal pela prática de irregularidades”.

Conduta politiqueira

O secretário estadual da Casa Civil, Tyago Hoffmann, disse que o Governo do Estado apurou o caso e que não foram encontradas irregularidades.
“O áudio é ilegal. A pessoa que gravou cometeu uma ilegalidade”. Perguntado se acreditava que a gravação tinha a intenção de prejudicar o governo e candidatura de Casagrande, Hoffmann foi enfático. “Sem dúvida é uma manobra, uma conduta politiqueira. A reunião foi legítima, ele tinha o direito de fazer a reunião”, garantiu Hoffmann.

Hoffmann disse que não houve coação de servidores. “Não houve conduta imoral, ilegal ou ilícita (de Carlos Lopes). Foi uma reunião fora do local de trabalho, fora do horário de expediente, com servidores comissionados, servidores efetivos e ‘convidados externos’. Foi quem quis”, disse Hoffmann.
A reportagem do Folha Vitória tentou entrar em contato com Carlos Lopes, mas ele não atendeu as ligações telefônicas.

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