Política

Flávio Dino rebate Roseana Sarney: 'Queriam o inquérito em uma gaveta profunda?'

Redação Folha Vitória

São Paulo - O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), reagiu às acusações de sua antecessora, Roseana Sarney (PMDB) que lhe atribui 'ódio e perseguição'. Em seu twitter, sábado, 27, logo depois que a ex-governadora divulgou nota pública em defesa de João Abreu, seu ex-chefe da Casa Civil preso por suspeita de recebimento de R$ 3 milhões em propinas, Flávio Dino tuitou. "Não misturo ação política com a atuação do sistema de Justiça, que deve ser independente e comprometido com a Lei. Que é para TODOS", escreveu o governador.

João Abreu foi detido na sexta-feira, 25, por suspeita de recebimento de R$ 3 milhões em propinas para supostamente facilitar o pagamento de um precatório de R$ 134 milhões do governo Roseana (2009/2014) para a empreiteira Constran/UTC. O episódio tem origem na Operação Lava Jato e envolve o doleiro Alberto Youssef, preso no dia 17 de março de 2014 em São Luís.

A investigação foi desencadeada em Curitiba, mas com a citação ao nome de Roseana, o juiz federal Sérgio Moro enviou os autos para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), que detém competência para investigar governador de Estado. Como Roseana não é mais chefe do Executivo maranhense, o STJ, a pedido da própria defesa da peemedebista, deslocou os autos para o Maranhão.

Após a prisão de seu ex-Casa Civil, Roseana Sarney divulgou nota pública no sábado, 26, na qual afirma que o Maranhão vive "um clima de ameaça, perseguição e intolerância". Roseana sustenta que João Abreu é "empresário exemplar, chefe de família respeitável, incapaz de praticar atos de que lhe acusam".

"Estamos estarrecidos com a absurda prisão do ex-secretário da Casa Civil, João Abreu", declara Roseana Sarney.

Ela apontou diretamente para seu sucessor, Flávio Dino. "O governador venceu as eleições para governar e promover a justiça social e não para criar esse clima ideológico de perseguição. Mas gasta seu tempo fazendo o que lhe é mais agradável, odiando, perseguindo, distribuindo culpas aos que não lhe são simpáticos e apalpando as culpas dos culpados que o aplaudem."

"A Polícia do Maranhão cumpre ordens judiciais. Apenas isso. A quem discorde das decisões judiciais, cabe recorrer e discutir na Justiça", argumentou Flávio Dino.

Segundo o governador, a Polícia do Maranhão recebeu um inquérito da Lava Jato "instaurado ANTES do nosso Governo". No twitter, Flávio Dino mandou o recado. "E a Polícia está cumprindo as ordens judiciais."

Segundo o governador, o Superior Tribunal de Justiça entendeu que o inquérito instaurado pelo juiz Sérgio Moro em 2014 deveria prosseguir na Polícia do Maranhão.

"O que queriam: que a Polícia e a Justiça do Maranhão jogassem o Inquérito de 2014 em uma gaveta profunda? Ou no oceano Atlântico?", ironiza o governador.

Ele concluiu. "Não mando investigar ninguém. Também não mando arquivar. Por uma razão simples: não tenho competência legal para tanto."

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