Política

O PMDB não dita as prioridades do governo, diz Romero Jucá

Redação Folha Vitória

São Paulo - O senador Romero Jucá (PMDB-RR) afirmou nesta segunda-feira, 14, que o governo tem que sinalizar para a sociedade um outro momento, com o corte de gastos e ministérios. "Não dá para pedir sacrifício de ninguém, sem dar o exemplo do que vai se fazer." E tem que amadurecer uma agenda política comum e ter maioria forte e estável no Congresso para fazer as transformações que o País precisa fazer. Jucá voltou a colocar em dúvida o poder de reação do governo petista: "Se este governo (Dilma) vai conseguir fazer isso ou não, eu não sei."

Na avaliação do senador, a crise econômica se dá por erros cometidos pelo próprio governo. E listou: "Posturas ideológicas, intervenção em setores do mercado, desequilíbrio de sistema de grande porte. A inabilidade do governo com a política é outro fator que, combinado, cria a tempestade perfeita." E a corrupção, continuou, é uma questão que não pode ser impingida aos partidos políticos, mas às pessoas.

Nas críticas ao governo, Jucá disse que houve intervenção equivocada no setor elétrico, na Petrobras e no BNDES, subsidiando intervenções em concessões, que não eram o caminho correto. O senador afirmou que não é mais possível maquiagens e subterfúgios (nas contas do governo), citando que no déficit orçamentário de R$ 30 bilhões que o governo enviou ao Congresso Nacional, existem arrecadações não configuradas.

Indagado sobre a relação de seu partido com o PT, citou o congresso da sigla que será realizado no dia 15 de novembro, quando estará em discussão o rompimento da aliança. "O PMDB não dita hoje as prioridades do governo, o PMDB foi coadjuvante, em tese não é o mentor da política econômica e nem da condução política, da atuação do governo com outros partidos." E sem entrar em detalhes sobre a posição que o partido vai tomar no dia 15 de novembro, Jucá disse: "a bola agora está com o governo."

Fundo do Poço

O senador disse ainda que a situação de crise no País ainda não bateu no fundo do poço. E previu a piora nos índices de desemprego e de atividade econômica. "Dois setores, serviços e comércio, vão acentuar o nível de desemprego neste segundo semestre."

Ao falar sobre a Operação Lava Jato, Jucá, que está na lista de políticos citados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no âmbito da Operação Lava Jato, reiterou que está "absolutamente tranquilo". "Não cometi irregularidade, não tenho nada a temer."

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