Ex-mulher de Bolsonaro diz que não fez acordo financeiro para desmentir acusações
Ana Cristina, que é candidata a deputada federal pelo Podemos com o nome de Cristina Bolsonaro, afirmou a jornalistas que mentiu à Justiça em 2007
A advogada Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), negou neste sábado, 29, que tenha feito qualquer tipo de acordo financeiro com o ex-marido para desmentir afirmações contra ele feitas em 2007, quando o casal se separou.
"Isso é um absurdo, não existe, é uma viagem. Evidente que não. Dá vontade até de rir", ela disse, após caminhada de apoio a Bolsonaro pelas ruas de Itatiaia, no Sul Fluminense, cidade vizinha à sua, Resende.
Segundo publicou a revista Veja, consta do processo de separação que Bolsonaro ocultou patrimônio da justiça eleitoral no pleito de 2006 - teria o equivalente a R$ 4 milhões à época mas declarou R$ 433.934 -, que roubou o conteúdo de um cofre com joias e valores em espécie que pertenciam à ex e que agia com "desmedida agressividade" como marido. Sua renda então seria incompatível com seus ganhos (R$ 100 mil, ante dois proventos, de R$ 26,7 mil e R$ 8,6 mil). Os dados foram à época passados por ela.
Mais cedo, no início do ato, Ana Cristina, que é candidata a deputada federal pelo Podemos com o nome de Cristina Bolsonaro, afirmou a jornalistas que mentiu à Justiça em 2007. Ela disse que agiu por mágoa da separação e que nunca sofreu agressões do ex.
No fim da caminhada, diante da insistência de jornalistas, reafirmou: "A Justiça Eleitoral apurou e não tem irregularidade alguma. São dez anos e vocês querem usar isso para prejudicar. Ele não é corrupto, é honesto. Qual o fato que denigre a imagem dele? Temos uma boa relação, temos um filho em comum." Ela disse que conversou "um pouco" com o candidato na sexta-feira sobre a reportagem da Veja, pelo telefone.
A advogada negou que disse à revista Época que teria "coisas picantes" a revelar sobre Bolsonaro. A entrevista foi em junho e, segundo a revista, Cristina faria as revelações caso o presidenciável não apoiasse sua candidatura pelo Podemos.