Parlamentares repercutem discurso de Bolsonaro na ONU
O discurso do presidente Jair Bolsonaro na 75ª Assembleia-Geral das Nações Unidas repercutiu entre a classe política brasileira. Parlamentares governistas e de oposição vieram a público comentar pontos abordados pelo presidente, como a questão dos incêndios florestais na Amazônia e no Pantanal.
Governistas viram na fala do presidente uma defesa consistente sobre as questões ambiental e da soberania nacional. O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, assistiu ao discurso junto ao presidente e foi às redes sociais parabenizá-lo pelo desempenho.
Parlamentares de diversos partidos da oposição questionaram a veracidade dos fatos apresentados pelo presidente nas Nações Unidas, principalmente a minimização dos incêndios florestais na Amazônia e o valor pago como auxílio emergencial - Bolsonaro afirmou que, somadas, as parcelas do auxílio emergencial pago no Brasil durante a pandemia somam aproximadamente US$ 1.000,00, o que na cotação atual equivale a R$ 5.481,20.
Líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (REDE-AP) questionou o ponto. "Alguém sabe me dizer qual o brasileiro que recebeu esse auxílio emergencial de US$ 1.000,00 que Bolsonaro falou na ONU?".
Rodrigues ainda afirmou que o presidente mentiu ao afirmar que adota uma política de tolerância zero em relação às queimadas e que o STF tirou a responsabilidade da União de combater a pandemia, lembrando que Bolsonaro reduziu o orçamento e o número de fiscais do Ibama e que a decisão da Justiça apenas dividiu responsabilidades entre Estados, municípios e União.
O deputado federal André Figueiredo (PDT-CE), líder da oposição na Câmara, chamou o presidente de mentiroso. "Bolsonaro foi à Assembleia-Geral da ONU para mentir. Será demolido pela imprensa internacional e brasileira."
Outro a apontar mentiras no pronunciamento do presidente foi o líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon (RJ). O deputado afirmou que não há campanha de desinformação sobre Amazônia e Pantanal, mas sim uma ação sistemática do governo para reduzir fiscalização, ameaçar fiscais e estimular atividades ilegais. Molon também apontou inconsistências sobre o auxílio prestado aos povos indígenas.