Política

Presidente da Zâmbia morre e país terá novas eleições

Redação Folha Vitória

Lusaka - O presidente da Zâmbia, Michael Sata, morreu vítima de uma doença aos 77 anos em um hospital de Londres, no Reino Unido, afirmaram autoridades do país nesta quarta-feira. Com a morte do líder, eleito em 2011, o gabinete do governo irá se reunir para discutir a transição política, que deve incluir eleições presidenciais em até 90 dias.

Sata morreu pouco após às 23 horas na terça-feira, no hospital Rei Edward VII, em Londres, segundo informações do secretário de gabinete Roland Msiska. A esposa de Sata, Christine Kaseba e seu filho, Mulenga Sata, estavam em Londres acompanhando o tratamento.

Mulenga, que também é prefeito da capital do país, Lusaka, pediu à população para se manter "calma, unida e em paz durante esse período difícil".

Com a viagem de Sata para Londres, seu vice, Guy Scott, foi preterido em relação ao ministro da Defesa do país, Edgar Lungu, que se tornou presidente em exercício do país. Isso ocorreu porque a indicação de Scott à vice-presidência em 2011 causou repercussão negativa no país.

A Zâmbia é um dos maiores produtores de cobre do mundo e tem sido alvo de bilhões de dólares em investimentos de grandes mineradoras como a Glencore, Vedanta, First Quantum Minerals e a China Nonferrous Metals. Apesar disso, nem sempre a relação de Sata com as corporações era amistosa. Antes de assumir o governo, Sata chegou a criticar as empresas, afirmando que eram exploradoras.

Boatos de que Sata estava muito doente tomaram o país desde que Sata reduziu o número de aparições públicas nos últimos meses, e grupos de oposição questionavam se ele estava em condições de liderar um país de 15 milhões de habitantes que apresenta uma economia robusta, mas que ainda sofre com a pobreza generalizada.

Sata venceu as eleições no país em 2011, após ser derrotado em três pleitos, e se tornou conhecido pelo apelido de "Sr. Rei Cobra" pelos comentários ácidos que costumava fazer. Ao assumir o poder, contudo, Sata passou a ser criticado pela oposição por apresentar uma postura cada vez mais intolerante. Fonte: Associated Press.