Política

Movimento de Combate à Violência Contra a Mulher é lançado em Cachoeiro

O maior município do sul do Espírito Santo foi o primeiro fora da Grande Vitória a receber o movimento, lançado pelo Governo do Estado. Na próxima semana, o lançamento será em Linhares

Com o objetivo de promover, junto à sociedade capixaba, uma cultura de paz e de enfrentamento da violência, o Governo do Estado lançou em Cachoeiro de Itapemirim, na manhã desta sexta-feira (20), o Movimento de Combate à Violência Contra a Mulher. O município foi o primeiro fora da Grande Vitória a receber o projeto. O evento reuniu autoridades políticas da região e lideranças de movimentos do sul do Estado.

O governador Paulo Hartung disse que para o sucesso do movimento é importante a participação da sociedade. “Esse é o primeiro passo. Os capixabas estão aderindo ao movimento e queremos ser referência no país com a redução dessa triste realidade, que é a violência contra a mulher. O movimento já está provocando bons resultados e precisamos de muito apoio”, comenta.

Na próxima semana, o movimento será lançado no município de Linhares. “Vamos mudar a cabeça e a cultura das pessoas. Não temos como intervir, mas uma criança que cresce presenciando a violência dentro de casa, vai carregar isso para a vida. Quando crescer, vai arrumar uma namorada e ter o mesmo comportamento machista que viu dentro de casa. Se perder, vai ter o comportamento infantilizado de não conseguir lidar com essa perda, e vai agir com ato de violência, muitas vezes brutal, ceifando a vida as mulheres. Precisamos que a sociedade capixaba abrace e apoie o movimento”, ressalta Hartung.

Violência

Para o secretário estadual de Direitos Humanos Júlio César Pompeu, a escolha de Cachoeiro foi estratégica pela importância que o sul do Estado tem no enfrentamento à violência. “Esse movimento parte da constatação de que não basta apenas as ações repressões à violência do poder público para mudar uma cultura que mata mulheres, que as destrói psicologicamente e, muitas vezes, também crianças. Precisamos mudar a cultura machista e o engajamento de toda a sociedade para conseguirmos. É fundamental levar isso para o interior, onde as maiores violências acontecem”, ressalta.

Segundo o secretário de Segurança Pública, André Garcia, os casos de violência contra a mulher deveriam envergonhar os homens capixabas. “Encontramos no interior do Estado, na zona rural, um pensamento mais conservador, não necessariamente violento, mas que reproduz alguns princípios que não desejamos para a convivência civilizada entre o homem e a mulher. Através desse movimento, estamos tentando trazer uma linguagem acessível, para que esse pensamento machista se modifique”, completa.

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