Doria diz concordar com Bolsonaro na economia e tenta associar França ao PT
Um dia após ter declarado seu apoio a Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno das eleições presidenciais, o candidato ao governo do Estado de São Paulo pelo PSDB, João Doria, disse que não é igual ao deputado fluminense e destacou que o apoia porque a disputa se dará contra o PT é e também por sua agenda econômica.
"Não sou igual a Bolsonaro e não penso igual a Bolsonaro. Votarei nele contra o PT, contra a esquerda, contra Fernando Haddad e contra Lula", disse o tucano na manhã desta segunda-feira, 8, após reunião com seu conselho de campanha. "Não endosso todas as posições dele. Endosso, sim, integralmente, as posições econômicas, sobretudo aquelas fundamentadas no trabalho do Paulo Guedes, que é um profissional de respeito."
De acordo com o tucano, entre os temas que têm diferença com Bolsonaro, está o posicionamento em relação à Ditadura Militar - o pai de Doria se exilou em 1964, após ter seu mandato de deputado federal cassado pelo golpe - e também a postura em relação às mulheres.
Doria, que vai disputar o segundo turno contra Márcio França (PSB), voltou a disparar uma série de críticas ao adversário, na tentativa de colar sua imagem à do Partido dos Trabalhadores.
"Quero anunciar aqui os princípios para esta segunda etapa da campanha. Claramente temos aqui duas posições bem distintas. França representa a velha política, uma política esquerdista e populista. Foi líder do PT na Câmara Federal e aparece na delação da Odebrecht como 'Marcio Paris'".
Doria disse ainda que o PSB, partido do governador, é um genérico do PT e que já declarou apoio a Haddad no segundo turno presidencial. "Esse é o PSB do Márcio França ou Márcio Paris. Vamos vencer no segundo turno com sabor especial de derrotar o PT", completou o ex-prefeito de São Paulo.