Justiça põe Marcelo Miranda no banco dos réus da Operação Reis do Gado Justiça põe Marcelo Miranda no banco dos réus da Operação Reis do Gado Justiça põe Marcelo Miranda no banco dos réus da Operação Reis do Gado Justiça põe Marcelo Miranda no banco dos réus da Operação Reis do Gado

O juiz João Paulo Abe, da 4.ª Vara Federal de Palmas, abriu ação penal contra o ex-governador do Tocantins Marcelo Miranda (MDB) no âmbito da Operação Reis do Gado, que mira crimes contra a administração pública. Além dele, outros sete investigados vão responder pela denúncia.

Segundo a Procuradoria, o ex-governador estaria envolvido em um esquema de corrupção que provocou prejuízos de cerca de R$ 458 milhões, em fatos apurados nas Operações Reis do Gado, Ápia e Marcapasso, conduzidas pela Polícia Federal.

O magistrado detalha que, de acordo com a denúncia, “ao longo dos anos de 2003 a 2012, os denunciados integraram uma associação criminosa, especializada no cometimento de crimes contra a administração pública, fraudes a licitações e lavagem de dinheiro, com precisa divisão de tarefas, a fim de garantir a suposta impunidade dos envolvidos”.

“A denúncia em questão deriva das diligências executadas no bojo do Inquérito n.

1086/DF, cuja fase ostensiva foi denominada de ‘Reis do Gado’, e teve por escopo investigar atos de lavagem de capitais e transações imobiliárias fraudulentas, para atribuir aparência de licitude aos recursos captados durante os anos de 2003 a 2012″, afirma o magistrado.

O juiz afirmou: “Analisando a denúncia oferecida, bem como os documentos que a acompanham, verifico que não é caso de rejeição sumária.”

Segundo João Paulo Abe, a denúncia “não é manifestamente inepta”, “estão presentes os pressupostos processuais e as condições da ação” e “há justa causa para o exercício da ação penal porque se lastreia em elementos de prova contidos nos documentos que a instruem”.

A denúncia havia sido oferecida ao Superior Tribunal de Justiça, que a encaminhou para a Justiça Federal de Tocantins em setembro deste ano.

Miranda foi governador de Tocantins entre janeiro de 2003 e setembro de 2009, e, depois, de janeiro de 2015 até junho de 2018. Ele foi cassado neste ano por abuso de poder político e econômico e arrecadação e gastos ilícitos de recursos na campanha de 2014. Em seguida, foi realizada eleição suplementar no Estado.

Defesa

A reportagem está tentando contato com a defesa de Marcelo Miranda, mas ainda não obteve retorno.

Nos autos, a defesa do ex-governador, preliminar, pediu rejeição da denúncia, e “o reconhecimento da atipicidade de sua conduta”.

Os advogados de Miranda também pediram a nulidade no acordo de delação de um dos colaboradores da Operação.