Política

Análise: com restrições da covid-19, Cariacica segue sem favorito

Apesar da redução no número de indecisos, eleitores continuam pulverizados. Candidatos não podem fazer "corpo a corpo" como a campanha exige

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"Cariacica é sempre uma surpresa". Esta é a constatação unânime dos convidados do programa Eleições 2020, no Folha Vitória, que analisou a segunda pesquisa eleitoral Rede Vitória/Futura no município, divulgada nesta sexta-feira (30). O programa foi mediado pelo jornalista Edu Kopernick. Assista na íntegra.

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O segundo levantamento mostrou um novo líder na corrida eleitoral: Marcos Bruno (Rede) aparece em primeiro no levantamento estimulado, com 19,3% das intenções de votos. Em seguida vêm Euclério Sampaio (DEM) com 12,3%, e Sandro Locutor (Pros), com 7,5%.

"Marcos Bruno foi muito favorecido pelo fato do candidato Sandro Locutor estar fora da campanha após contrair a covid-19. Era um candidato bastante competitivo entre a primeira e segunda posições. O fato desta figura estar temporariamente 'fora do jogo' altera o cenário e favorece outros candidatos", afirma a especialista em política, Gabriela Cuzzuol.
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Programa foi exibido nesta sexta-feira (30)

O sócio-diretor da Futura Inteligência, José Luiz Orrico, lembra da imprevisibilidade do eleitorado cariaciquense.

"Eleição em Cariacica costuma ser sempre surpreendente. Os últimos eleitos, como Helder e Juninho, foram uma surpresa. O voto em Cariacica é definido mais perto do pleito. A competição é maior do que em outros municípios", analisa.

A pandemia também impõe desafios extras para as campanhas em Cariacica. O eleitor exige uma proximidade maior com o candidato, como analisam os convidados.

"Tem uma palavra que define muito bem o eleitor de Cariacica: esperança. Entre a população da Grande Vitória, Cariacica é o município que tem mais deficiências estruturais e sociais. As campanhas eleitorais são muito carregadas de expectativa. Os últimos eleitos representavam essa esperança mas terminam com avaliações de gestão muito ruins", afirma Siqueira.

Por ser uma campanha curta, resta pouco tempo para os candidatos conseguirem virar o cenário significativamente. "Os candidatos que apresentam crescimento mas ainda estão distantes do primeiro colocado podem se tornar uma força política, mas a ponto de vencerem é difícil por ser uma campanha muito curta", completa Gabriela.

Rejeição

Foto: arquivo

Quando os entrevistados foram perguntados em qual candidato não votariam sob nenhuma hipótese, Euclério Sampaio (DEM) teve 19,3% de rejeição, o maior crescimento entre os candidatos de Cariacica. Em segundo vem Sandro Locutor (Pros), com 17%, seguido de Célia Tavares (PT), com 8,5%.

"A rejeição indica que há um espaço para proposições e um grande número de candidatos com baixa rejeição estimulada, o que significa que os candidatos ainda têm eleitores a conquistar, além da transferência de voto do eleitor. A próxima semana será a mais decisiva em Cariacica", analisa Siqueira.

A especialista em política Gabriela Cuzzuol também analisou os índices de rejeição. "Eleições municipais são as eleições da proximidade e em Cariacica isso é muito forte. Essa coisa do candidato estar pessoalmente bem próximo do eleitor é muito importante, e a covid-19 impõe mudanças na campanha em relação a isso", diz.

Apesar de números razoáveis de rejeição, para os analistas não há nenhum candidato com rejeição que possa impedir a eleição. "Esse pleito não vai se decidir pela rejeição do candidato A, B ou C, mas sim no candidato favorito do eleitor", avalia Orrico.

Assista ao programa na íntegra.

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