Política

Em Brasília, 400 vão às ruas por impeachment de Dilma

Redação Folha Vitória

Brasília - Munidos de cartazes com os dizeres "Chega de fazer o diabo com o Brasil", cerca de 400 pessoas se reuniram na tarde deste sábado (15), em Brasília, para pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff, após as novas revelações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, escancarando um esquema de corrupção na Petrobras. A queima de dois bonecos, fazendo alusão à presidente e ao seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, marcou o protesto, que durou cerca de duas horas. A convocação para o ato ocorreu pelas redes sociais.

"O PT precisa entender que o Brasil não é deles", disse o empresário Luiz Guilherme, de 51 anos, morador de Valparaíso de Goiás (GO), município situado a 35 quilômetros de Brasília. "Os desmanches que os petistas fizeram superaram muito os do Collor. Por que essas novas prisões da Lava Jato não ocorreram antes das eleições?"

Carregando uma bandeira do candidato derrotado Aécio Neves (PSDB), o aposentado Homero Vieira, 83, afirmou que foi às ruas para lutar por um Brasil melhor para seus cinco filhos e nove netos. "É o pior período da história do nosso País", lamentou.

Já a técnica de enfermagem Renata Gonçalves, 39, até agora não acredita no resultado das urnas e engrossou o coro daqueles que pretendem se mudar para os Estados Unidos. "O Sistema Único de Saúde está largado", disse Renata, que votou em 2002 em Lula e desde então "nunca mais" escolheu o PT.

O protesto foi organizado nas redes sociais, via Facebook, e por um grupo do What's App intitulado "Despetiza, Brasil", sem o respaldo de nenhum partido político. "Dilma não tem autoridade moral para governar o País, não tem apoio do Congresso nem de ninguém e o PT quer botar o Lula como salvador da Pátria em 2018", provocou a funcionária pública Izabela Souza, 43, locutora da manifestação. "O PSDB tem de parar de fazer oposição como se fosse partido da Europa. Tem de ser mais veemente."

A maioria dos manifestantes levava bandeiras e adesivos de Aécio. A professora Tuca Reichert, 59, era uma das poucas exceções. Ela vestia uma camisa da candidata derrotada Marina Silva (PSB). "Dilma precisa ser colocada para fora", disse Tuca, alertando para a suposta "manipulação de dados" nas urnas da Justiça Eleitoral.

Cartazes

Os cartazes dos manifestantes tinham palavras de ordem como "Impeachment já!", "Queremos voto impresso", "Imprensa calada e comprada", "Apuração secreta é fraude", "Chega de 'fazer o diabo' com o Brasil", "Intervenção militar já" e "Fim das urnas eletrônicas". Na trilha sonora, "Que país é esse?" e "Brasil, mostra tua cara" foram entoados pelo público.

A Polícia Militar acompanhou o protesto do início ao fim, que foi encerrado logo após a queima dos bonecos de Lula e Dilma, quando começou a chover. Os manifestantes ocuparam duas das seis faixas de trânsito do Eixo Monumental.

A ala de retardatários ficou por conta do motorista baiano Antônio Filho, 36 anos, que passava pela Rodoviária de Brasília quando esbarrou na manifestação. "Isso aqui não é (a favor) da Dilma?", perguntou ele à reportagem, surpreso ao descobrir que o ato era contra a presidente reeleita, de quem se diz simpatizante.

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