Política

'Se pegar o Moro, os delegados da PF e bater no liquidificador, não dá 10% da honestidade que eu represento nesse país', diz Lula

Após os cumprimentos, ex-presidente provocou o atual presidente da República, Jair Bolsonaro

Foto: Reprodução/Twitter

Sob gritos de "Lula, eu te amo", o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva encontrou com correligionários do Partido dos Trabalhadores (PT) e demais apoiadores, após ser liberado da prisão na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR). Ele cumprimentou nome por nome e deu ênfase ao falar de Fernando Haddad, candidato do PT à Presidência da República em 2018, e Gleisi Hoffman, presidente nacional do partido.

Após os cumprimentos, Lula provocou o atual presidente da República, Jair Bolsonaro. "O Bolsonaro ele diz que tem mais de 20 pessoas que faz o Twitter (mídia social) dele. Eu só tenho uma pessoa", disse o ex-presidente, que completou: "Só para lembrar que não é só o Bolsonaro que é capitão, eu também tenho meu capitão, que é de verdade".

Em seu discurso, o ex-presidente atacou uma emissora de TV, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, delegados da Polícia Federal e criticou o atual ministro da Educação, Abraham Weintraub.

"Eu quero lutar para provar que, se existe um bando nesse país, foi a maracutaia criada pela Rede Globo de Televisão, que dizia que o Lula era bandido. Se pegar o Moro, os delegados da Polícia Federal e bater no liquidificador, não dá 10% da honestidade que eu represento nesse país. Eles têm que saber que caráter e dignidade não é coisa que a gente compra em feira", disse Lula.

Na sequência, ele lembrou da infância. "Eu adquiri tudo que tenho na vida de uma analfabeta, que me criou e morreu analfabeta. Saio daqui sem ódio. Aos 74 anos, o meu coração só tem espaço para o amor. Só o amor vai vencer neste país. Eles têm quer saber que o nordestino, que nasceu em Garanhuns (PE), que foi comer pão aos 7 anos de idade, veio para São Paulo e não morreu. Não tem nada que me vença", afirmou.

Neste sábado (09), Lula tem encontro no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Paulo. "Depois disso, as portas do Brasil estarão abertas para que eu possa percorrer esse país". 

O ex-presidente da República disse que acompanhou as notícias do Brasil enquanto esteve preso e fez críticas à gestão de Jair Bolsonaro. "Depois que fui preso, que roubaram do Haddad, o povo está passando mais fome, não tem mais trabalho com carteira assinada, estão trabalhando de Uber, de bicicleta para entregar pizza e trabalhando sem o menor respeito. E ontem (07) ouvi a notícia de que não terá aumento de salário mínimo em dois anos". 

Por fim, Lula disse que não está ressentido com sua prisão, que durou mais de um ano e meio. "Saio com o maior sentimento de agradecimento que um ser humano tem pelo outro. Eu não tenho mágoa de ninguém".

O ex-presidente agradeceu o apoio que teve no entorno da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR).

"Eu imaginei que, quando eu saísse, eu ia poder encontrar cada companheiro da vigília e dar abraço e beijo. Vocês não têm noção do que vocês representaram para mim. Eu fiquei mais fortalecido, fiquei mais corajoso e quero que vocês saibam que, além de continuar lutando para melhorar o povo brasileiro e não permitir que esses caras estraguem o país, quero dizer em alto e bom som: o lado mentiroso da Polícia Federal fez denúncia contra mim". 

Namoro

Quem esteve presente durante o discurso foi a nova namorada do ex-presidente Lula. A socióloga Rosangela da Silva, a Janja, foi citada por ele. "Eu consegui a proeza de ir preso, arrumar uma namorada e ela quer casar comigo. É muita coragem dela".


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