Política

Presidente estadual do PP repudia declarações de Bolsonaro sobre estupro

Deputado federal pelo Rio de Janeiro, em seu discurso no plenário da Câmara, disse à deputada Maria do Rosário que não a estupraria porque ela "não merece"

Marcus Vicente garantiu que o partido não compactua da mesma opinião de Bolsonaro  Foto: Divulgação

O deputado federal eleito e presidente estadual do PP no Espírito Santo, Marcus Vicente, repudiou as declarações do colega de partido, Jair Bolsonaro, feitas durante sessão da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (09). Na ocasião, o deputado federal pelo Rio de Janeiro, em seu discurso no plenário da Câmara, disse à deputada Maria do Rosário (PT-RS), ex-ministra dos Direitos Humanos, que não a estupraria porque ela "não merece".

Segundo Marcus Vicente, os termos usados por Bolsonaro não são apropriados para um parlamentar. "O deputado tem o dever de legislar, fiscalizar e servir o país. Esse tipo de colocação é inadequado para o cargo que ele ocupa e desrespeita inclusive a história do parlamento", destacou.

O presidente estadual do PP garantiu que o partido não compactua com a opinião de Bolsonaro, mas frisou que uma possível desfiliação de Bolsonaro dependeria de uma abertura de procedimento administrativo da Comissão de Ética nacional da legenda. "Essa é uma opinião dele, não do partido. Ele sempre tem opiniões radicais e desrespeitosas", disparou.

Em resposta às declarações de Bolsonaro, PT e PCdo B anunciaram, em plenário, que vão tomar todas as medidas judiciais cabíveis contra o deputado. A declaração desrespeitosa levou vários parlamentares a usarem a tribuna da Câmara, durante sessão do Congresso, a manifestarem solidariedade à Maria do Rosário e repúdio a Bolsonaro.

Outras polêmicas

Em setembro do ano passado, Bolsonaro foi alvo de uma representação por quebra de decoro na Câmara depois de se envolver em uma briga com o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). Ele teria dado um soco no estômago do senador durante visita à antiga sede do DOI-Codi, no Rio de Janeiro.

Bolsonaro não fazia parte da comissão, mas forçou a passagem, no portão do quartel, para protestar contra os trabalhos do colegiado e defender a ditadura militar. Randolfe tentava impedir a entrada do deputado federal quando foi agredido. O processo na Comissão de Ética, no entanto, foi arquivado.