Política

Odebrecht pagou R$ 68 milhões a PMDB e outros partidos, aponta delação

Segundo o delator, o dinheiro sujo financiava a compra de leis, medidas provisórias e decisões que interessavam à empreiteira. A publicação diz que "a lista dos políticos citados é estelar"

O delator trabalhou 12 anos como diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Foto: Divulgação

Uma reportagem da revista Veja deste sábado (10) trouxe o conteúdo da delação do lobista Claudio Melo Filho sobre a corrupção em Brasília. Melo Filho, que se tornou delator do petrolão depois de trabalhar por doze anos como diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, diz que cerca de 40 políticos receberam R$ 68 milhões pagos pelo setor que a empresa chama de "operações estruturadas". Porém, a denominação foi mudada logo em seguida, de uma forma mais clara, como "departamento de propinas". Os pagamentos foram feitos, segundo a publicação, ao longo de nove anos, entre 2006 e 2014.

Segundo o delator, o dinheiro sujo financiava a compra de leis, medidas provisórias e decisões que interessavam à empreiteira. A publicação diz que "a lista dos políticos citados é estelar". O presidente Michel Temer faz parte dela ao lado de seus principais assessores políticos: o ministro Eliseu Padilha e o secretário Moreira Franco. Também estão nela o presidente do Senado, Renan Calheiros (que teria recebido R$ 2,8 milhões), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (que teria recebido R$ 100 mil), e o líder do governo no Congresso, Romero Jucá (que teria recebido R$ 19,9 milhões).

Em um trecho, Melo Filho conta que, em maio de 2014, em um jantar no Palácio do Jaburu, Temer pediu "uma ajuda financeira" a Marcelo Odebrecht, que era presidente da empreiteira. Na reunião, foi combinado um repasse de R$ 10 milhões ao PMDB. A fatura foi paga em dinheiro vivo e registrada no setor de propinas da Odebrecht. Do total, R$ 6 milhões foram para a campanha de Paulo Skaf, que é afilhado político de Temer. Os R$ 4 milhões restantes foram para Padilha.

Ainda segundo a publicação, em um e-mail, Marcelo Odebrecht afirma que só aceitou pagar R$ 10 milhões por conta da insistência desmedida dos políticos do PMDB. Ele teria dito: "Depois de muito choro, não tive como não ajudar".

Melo Filho também disse que Jaques Vagner, ex-ministro da Casa Civil da ex-presidente Dilma Rousseff, recebeu R$ 3 milhões. Entre agosto de 2010 e março de 2011, o departamento de propina repassou R$ 7,5 milhões ao petista, em 10 parcelas.

As informações são do R7

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