Política

Novo ministro da Casa Civil, Braga Netto foge dos holofotes

O general é tido como capaz de reconhecer talentos e limitações próprias e de sua equipe e não toma decisões tempestivamente. Prefere ouvir diversas opiniões

Novo ministro da Casa Civil, Braga Netto foge dos holofotes Novo ministro da Casa Civil, Braga Netto foge dos holofotes Novo ministro da Casa Civil, Braga Netto foge dos holofotes Novo ministro da Casa Civil, Braga Netto foge dos holofotes
Foto: Agência Brasil

Escolhido para ser o novo ministro da Casa Civil, o general de Exército Walter Souza Braga Netto, ex-chefe da intervenção federal do Rio, é avesso à exposição e prefere ficar longe dos holofotes. Atual Chefe do Estado-Maior do Exército, Braga Netto substituirá Onyx Lorenzoni, que deverá ser deslocado para o Ministério da Cidadania.

Nascido em Belo Horizonte, Braga Netto cumpre o “perfil mineiro”: prefere o trabalho ao verbo. Ao assumir o comando da intervenção no Rio, que lhe concedeu poderes de governador do Estado na área da Segurança Pública, determinou a seus subordinados e pediu aos familiares discrição nas redes sociais.

O general é tido como capaz de reconhecer talentos e limitações próprias e de sua equipe e não toma decisões tempestivamente. Prefere ouvir diversas opiniões.

Descrito como respeitoso, bem humorado e afável, o general tem carreira internacional – foi observador militar das Nações Unidas no Timor Leste, e adido na Polônia e nos Estados Unidos. Trouxe a tradição dos militares americanos de trocar e colecionar medalhas. Eles carregam uma espécie de medalhão com o emblema do local onde estão servindo para presentear os visitantes.

Entrou no Exército em 1974. Em 1994, ainda como major de Cavalaria, apresentou na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme) uma monografia com propostas sobre como aproveitar melhor o pessoal na carreira militar, com foco nos oficiais.

Em uma espécie de prognóstico, dizia que “a sociedade, dentro do enfoque da qualidade total, cada vez mais cobrará da instituição a eficácia na consecução de sua destinação fim” e propunha a especialização, por causa das mudanças tecnológicas. “O militar, em particular, deve ser orientado para a função em que apresente um melhor rendimento em prol da instituição. O Exército do ano 2000 necessitará, mais do que nunca, de uma otimização de seus valores humanos”, escreveu.