Política

ONG Transparência Internacional critica decisão de Toffoli sobre Palocci

Organização considera que decisão abala "fortemente" a confiança da sociedade no STF; ministro estendeu a Palocci decisões que atingiram Lula

Leitura: 3 Minutos
ONG Transparência Internacional critica decisão de Toffoli sobre Palocci ONG Transparência Internacional critica decisão de Toffoli sobre Palocci ONG Transparência Internacional critica decisão de Toffoli sobre Palocci ONG Transparência Internacional critica decisão de Toffoli sobre Palocci
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli.
Foto: Agência Brasil

A ONG Transparência Internacional classificou a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli sobre a anulação das ações contra o ex-ministro Antônio Palocci como “mais um passo do desmonte do enfrentamento à macrocorrupção no Brasil”. Segundo a organização, a decisão de Toffoli abala a confiança na Corte brasileira.

“As anulações sistemáticas de condenações por macrocorrupção abalam, fortemente, a confiança da sociedade no STF”, criticou a organização em nota.

A Transparência Brasil relembrou ainda a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado.

Segundo a ONG, a decisão tem como agravante o fato de ocorrer justamente quando a Suprema Corte deverá julgar o antigo mandatário, o que exigirá “sua máxima legitimidade”.

Na última quarta-feira (19) Toffoli declarou a “nulidade absoluta de todos os atos praticados” contra o ex-ministro nas investigações e ações da Lava Jato, inclusive na fase pré-processual, estendendo a Palocci decisões que beneficiaram o presidente Lula.

Leia também:

>> Bolsonaro não vai fugir do país, nem pedir asilo em embaixada se for condenado, afirma defesa

>> STF decide que guardas municipais podem fazer policiamento urbano

>> “Meu projeto para 2026 é me viabilizar para o Senado”, diz Manato

A ONG criticou as decisões de alguns dos ministros do STF, bem como o que chamou de “omissão” de outros, por garantir “impunidade generalizada de corruptos poderosos” que, segundo a organização, representam uma “ameaça real ao Estado democrático de direito” no País.

O ministro Dias Toffoli foi criticado pelas anulações que para a organização beneficiam centenas de réus, inclusive confessos, como é o caso de Palocci.

Toffoli estendeu ao ex-ministro das gestões Lula e Dilma (PT) decisões que beneficiaram o presidente petista, os empresários Marcelo Odebrecht Raul Schmidt Felippe Júnior e Léo Pinheiro e o ex-governador paranaense Beto Richa (PSDB).

O ministro afirmou que o “método” usado pelo ex-juiz Sérgio Moro e pelos procuradores da força-tarefa de Curitiba prejudicaram Palocci. “Fica clara a mistura da função de acusação com a de julgar, corroendo-se as bases do processo penal democrático”.

Palocci fechou acordo de colaboração premiada e delatou propinas de R$ 333,59 milhões supostamente arrecadadas e repassadas por empresas, bancos e indústrias a políticos e diferentes partidos.