Política

Oposição diz que julgamento no STF é "teatro" e quer votar anistia na Câmara nesta semana

Deputados aliados a Bolsonaro esperam que o presidente da Casa paute a anistia aos envolvidos nos atos golpistas do 8 de Janeiro para beneficiar ex-presidente

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Foto: Gabriel Barros/ Folha Vitória
Foto: Gabriel Barros/ Folha Vitória

A oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Câmara dos Deputados disse esperar que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), “cumpra a palavra” e paute a anistia aos envolvidos nos atos golpistas do 8 de Janeiro, para também beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Esse tema será, segundo o grupo, o principal a ser levado para a reunião de líderes desta terça-feira (2) que definirá os projetos que devem ser votados em plenário nesta semana. Como mostrou a Coluna do Estadão, porém, não há vontade de lideranças do Centrão em fazer a anistia prosperar.

“Um homem tem palavra. A gente acredita que chegou a hora de ele (Motta) cumprir a palavra”, disse Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara. “Cabe ao Congresso pautar uma pauta que pode pacificar o nosso País.”

Deputados oposicionistas se reuniram no apartamento funcional de Zucco em Brasília para definir estratégias nesta semana. Para eles, o julgamento de Bolsonaro e mais sete réus que o Supremo Tribunal Federal (STF) conduz é um “teatro” de jogo combinado para condenar o ex-presidente e os demais.

Em razão disso, dizem eles, parlamentares não deverão estar massivamente presentes durante todo o julgamento. “A gente sabe que ir para esse julgamento é só assistir a um teatro. A gente tem sim intenção de sim acompanhar a fala do presidente Bolsonaro ou o voto dos ministros”, disse Zucco.

Para a líder da minoria, Caroline de Toni (PL-SC), o início do julgamento marca o “dia da vergonha”. “Que fique marcado o dia de hoje como o dia da vergonha nacional, o dia da plena perseguição e não nos calaremos”, afirma De Toni.

Além da reação na Câmara, a oposição definiu o 7 de Setembro como dia de protestos e de mobilização popular nas ruas. Segundo os parlamentares, haverá manifestações em todas as principais capitais do Brasil.