Política

Para especialistas, corporativismo prevalece em conselhos de ética do Congresso

Fornazieri e Aragão lembram que o presidente da Câmara em 2005, o deputado Severino Cavalcanti, não tinha a mesma influência sobre os deputados que o atual, Eduardo Cunha

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Foto: Divulgação

Brasília – A avaliação de especialistas é de que a inércia dos conselhos de ética do Congresso durante a crise política deflagrada pela Operação Lava Jato se explica pelo sentido de autopreservação.

“Em 2005, no mensalão, o alvo era o PT e a base aliada. Agora o processo é generalizado. Isso cria um espírito de corpo e faz dos conselhos uma barreira de contenção”, diz o cientista político Aldo Fornazieri, diretor da Escola de Sociologia e Política de São Paulo.

Há dez anos, quando o Congresso foi dominado pelo escândalo da compra de voto de parlamentares, o Conselho de Ética pediu a cassação de mandato de 12 deputados que ainda não haviam sido julgados. Quatro deles tiveram o mandato cassado. “O mensalão foi um marco. Os partidos aprenderam que, quando os pedidos de cassação começam a chegar, o processo não tem mais fim”, diz o cientista político Murilo de Aragão, diretor da consultoria Arko Advice.

Fornazieri e Aragão lembram que o presidente da Câmara em 2005, o deputado Severino Cavalcanti, não tinha a mesma influência sobre os deputados que o atual, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tem hoje.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.