Para evitar briga, uma comissão pra cada um Para evitar briga, uma comissão pra cada um Para evitar briga, uma comissão pra cada um Para evitar briga, uma comissão pra cada um
Os deputados Danilo, Alcântaro e Denninho / crédito: Ales
Os deputados Danilo, Alcântaro e Denninho / crédito: Ales

Para evitar mais ruídos e confusões entre os deputados, o presidente da Assembleia, Marcelo Santos (Podemos), decidiu aumentar o número de comissões permanentes na Casa, de 16 para 17. O ato, com a decisão, será protocolado na próxima segunda-feira, segundo informou o presidente à coluna De Olho no Poder.

A 17ª comissão virá da divisão da Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente e Políticas sobre Drogas. O colegiado vai virar dois: o de Proteção à Criança e ao Adolescente, que será comandado pelo deputado Alcântaro Filho (Republicanos), e o de Políticas sobre Drogas, que será comandado por Denninho Silva (União).

Os dois estavam disputando a mesma comissão e não houve consenso para um ficar na presidência e outro na vice. A intenção de Denninho era presidir uma comissão ligada à área de segurança. Como o colegiado de Segurança e Crime Organizado já estava bem azeitado para ficar sob o comando do deputado Danilo Bahiense (PL) – que deseja o posto desde a legislatura passada –, restou dividir a outra comissão ligada ao tema.

“Criança e Adolescente fica com Alcântaro, Políticas sobre Drogas com Denninho e Segurança com o Danilo”, afirmou Marcelo, ao ser questionado pela coluna. Praticamente todas as comissões já estão definidas, com consenso sobre quem irá presidir, conforme antecipou a coluna na última segunda-feira (06).

O presidente também vai mudar a quantidade de membros de algumas comissões. “Vamos diminuir o número de membros na Comissão de Segurança, que vai pra cinco (hoje são nove) e vai aumentar o número de membros nas comissões de Saúde, Agricultura e Meio Ambiente”.

Na quinta-feira (09), o deputado Dary Pagung (PSB), que lidera o bloco da maioria dos partidos, responsáveis por dois terços dos parlamentares, protocolou o nome dos membros titulares e suplentes do seu bloco em cada comissão.

Alguns colegiados faltam preencher com os nomes dos ocupantes do bloco de parlamentares do PL, Republicanos e PTB, que vão ocupar um terço das vagas.

Apenas o deputado Theodorico Ferraço (PP) não está em bloco nenhum. Ele protocolou um ofício na Ales pedindo a retirada do seu nome dos dois blocos. As comissões serão formadas e vão eleger seus presidentes na próxima segunda-feira (13).

Questão de ordem

Na segunda-feira também, Marcelo Santos vai apresentar a resposta à questão de ordem levantada pelo deputado Vandinho Leite (PSDB), a respeito da criação de CPIs na Casa.

Conforme a coluna noticiou, a criação das Comissões Parlamentares de Inquérito causou ruído após Vandinho questionar um dos critérios utilizados (assinaturas) para a criação das CPIs propostas por Vandinho. A CPI de Vandinho, sobre regularização fundiária, ficou de fora e, pelo que sinalizou Marcelo, vai continuar.

“Vou responder à questão de ordem na segunda-feira. Eu vou tomar uma decisão, que não é com relação à questão de ordem porque pra mim aquilo ali já é fato consumado, com os precedentes todos e têm previsão regimental”, afirmou Marcelo.

E acrescentou: “Nós temos que criar uma regra porque não existe regramento para protocolo pós-posse. Dada a posse, é um acordo de cavalheiros para protocolar. Então, vou estabelecer uma regra regimental para que após a posse, meio-dia, o parlamentar possa protocolar o que ele quiser”, disse o presidente, sem dar detalhes.

No Regimento diz que só podem funcionar cinco CPIs por vez e tradicionalmente são aceitas as que primeiro são protocoladas no sistema da Casa. O que acontece é que o governo eleito mobiliza sua base para protocolar primeiro e preencher os espaços, para não dar chance da oposição protocolar nenhum requerimento.

A jogada acaba gerando polêmica na Casa – nesse ano, entraram uma CPI de Janete de Sá (PSB) e quatro de Mazinho dos Anjos (PSDB) – e os outros quatro requerimentos ficaram de fora.

Madrugando na Ales

Mas não é só protocolo de CPI que dá polêmica. Protocolo de sessões solenes também costumam dar briga.

Reza a lenda, que quando o protocolo era físico (hoje é eletrônico), deputados colocavam seus servidores para virarem a noite ou madrugarem na Ales para conseguirem protocolar as sessões solenes mais concorridas: como a dos advogados e dos médicos. Isso porque é sinal de prestígio, junto às categorias profissionais, ser o deputado autor da sessão de homenagens.

O ex-deputado Hércules Silveira chegou a se desentender com o colega de plenário Hudson Leal, a quem chamou de “desleal”, pelo fato de Hudson chegar na frente e protocolar as duas sessões solenes que sempre foram exclusividade de Hércules (médicos e advogados). O ex-deputado ficou tão chateado que nem quis participar da homenagem aos profissionais.

Marcelo deve esclarecer se pode ou não ter assinaturas digitais e físicas na hora de protocolar uma CPI. “Vou tomar uma decisão que será comunicada na segunda-feira. Para que não reste dúvida com relação aos atos da Mesa. Vou dar uma condição diferenciada na decisão”, disse Marcelo, fazendo mistério.

Em tempo: De acordo com o presidente Marcelo Santos, a Ouvidoria da Assembleia vai ficar com o deputado Mazinho dos Anjos (PSDB).

 

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Fabiana Tostes

Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.

Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.