Política

Para Janot, renúncia de Cunha não altera em nada sua situação jurídica

Para Janot, renúncia de Cunha não altera em nada sua situação jurídica Para Janot, renúncia de Cunha não altera em nada sua situação jurídica Para Janot, renúncia de Cunha não altera em nada sua situação jurídica Para Janot, renúncia de Cunha não altera em nada sua situação jurídica

Brasília – O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um parecer indicando que a renúncia do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ao cargo de presidente da Câmara não muda em nada a situação jurídica dele e a medida de afastá-lo do cargo.

“O fato público e notório relacionado à renúncia ao cargo de presidente da Câmara dos Deputados não altera em nada a situação jurídica do recorrente (Cunha)”, escreve Janot sobre um recurso contra uma decisão do ministro Luís Roberto Barroso de arquivar uma ação questionando o afastamento.

“O réu, denunciado e investigado em vários feitos, por vários fatos gravíssimos em concreto, em face de medida cautelar penal menos gravosa que a prisão, está expressamente afastado do exercício parlamentar, seja na condição individual ou então como (até sua renúncia) Presidente da Câmara”, destaca.

Para Janot, a decisão do STF deixou claro que o afastamento do deputado se refere não só ao cargo de presidente da Câmara, o qual renunciou, como também ao mandato eletivo. A medida o proíbe de frequentar a Casa, ocupar o gabinete e de abordar parlamentares.

Cunha só está autorizado a ir à Câmara para se defender formalmente do processo de cassação que enfrenta. “Se (Cunha) está afastado do exercício parlamentar, consequentemente é vedada sua participação de negociações (quaisquer que sejam) no âmbito (interno ou externo) do Parlamento relacionado às suas funções”, destaca Janot.

O peemedebista renunciou à presidência da Câmara no último dia 7 de julho. Adversários apontam a decisão como uma manobra para que ele escape de ter o mandato cassado. O deputado deve participar da reunião da Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Casa nesta terça-feira.

O órgão vai discutir se é válida a decisão do Conselho de Ética em aprovar que Cunha deve perder o mandato. Um recurso da defesa foi apresentado pela defesa do peemedebista apontando ilegalidades no processo.

Cunha é alvo de onze procedimentos diferentes no STF. Há contra ele duas ações penais, uma denúncia, três inquéritos e dois pedidos de investigação só na Lava Jato. Também tramitam na Corte duas ações cautelares – uma que garantiu seu afastamento da Câmara e outro que pede sua prisão – e um inquérito sobre um esquema de corrupção descoberto em Furnas.