Política

Para maior entidade de juízes, processo disciplinar contra Moro 'é inadmissível'

Para a AMB, o Conselho Nacional de Justiça não pode ser encarado como uma "instância recursal ou como caminho para cercear a autonomia da magistratura".

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A representação disciplinar foi requerida pelo advogado Roberto Teixeira, que coordena o núcleo de defesa do ex-presidente Foto: ​Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

São Paulo – A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), maior e mais influente entidade de juízes do País, considera “inadmissível” a iniciativa do Sindicato dos Advogados de São Paulo em protocolar pedido de processo disciplinar no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra o juiz Sérgio Moro, que preside a Operação Lava Jato.

Para a AMB, o Conselho Nacional de Justiça não pode ser encarado como uma “instância recursal ou como caminho para cercear a autonomia da magistratura”.

“Tal medida evidencia mais uma forma de intimidação dos juízes em suas atividades estritamente jurisdicionais e indica possível tentativa de impedimento à atuação do juiz que está à frente das investigações da Lava Jato.”

A representação disciplinar foi requerida pelo advogado Roberto Teixeira, que coordena o núcleo de defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o Sindicato dos Advogados, o juiz da Lava Jato teria insinuado que Roberto Teixeira forjou a escritura do sítio Santa Bárbara, localizado em Atibaia, interior de São Paulo – a propriedade seria do ex-presidente, o que é negado por seus defensores.

Em nota pública, assinada por seu presidente, João Ricardo Costa, a AMB destacou: “A magistratura brasileira reafirma a sua confiança nas instituições, sobretudo no Poder Judiciário, e reitera que não se furtará diante de ações e manobras que venham a tentar paralisar o trabalho dos juízes no combate à corrupção.”