Política

Para Marina, medidas do ajuste fiscal são 'dramáticas'

Para Marina, medidas do ajuste fiscal são ‘dramáticas’ Para Marina, medidas do ajuste fiscal são ‘dramáticas’ Para Marina, medidas do ajuste fiscal são ‘dramáticas’ Para Marina, medidas do ajuste fiscal são ‘dramáticas’

Campinas – A ex-ministra Marina Silva (PSB) criticou nesta quinta-feira, 21, em Campinas, a forma como o governo federal tenta aprovar no Congresso as medidas do ajuste fiscal, consideradas por ela como “dramáticas”, pois impõem sacrifícios à população “enquanto o governo não está disposto a sacrificar-se”. O governo Dilma Rousseff propôs mudanças no acesso a seguro-desemprego e a pensões, entre outras medidas, para reduzir gastos.

Para Marina, as dificuldades que o governo vem enfrentando para a aprovação das medidas do ajuste fiscal no Congresso demonstram “o colapso da velha composição pragmática”, baseada na distribuição de cargos, na qual se sustenta o governo. “Demonstra o esgotamento do modelo de coalização”, ponderou. É preciso, segundo ela, mudar a forma de se obter maioria e que o instrumento para isso deve ser a discussão programática e não o pragmatismo. Parlamentares do PT e de partidos aliados resistem a aprovar as medidas enviadas pelo governo.

Na avaliação da ex-ministra, a falta de autocrítica do governo contribui para as crises econômica e política. Se, anteriormente, disse, a situação não tivesse sido classificada como “marolinha” e tivessem sido adotadas medidas de combate aos problemas econômicos, a situação poderia não ser tão “dramática”. “A população se sente enganada, o que afeta a credibilidade e dificulta o avanço”, considerou. Ela, porém, classificou as medidas do ajuste como “amargas mas necessárias no contexto em que o País vive atualmente”.

Fusão

Marina, que proferiu palestra sobre sustentabilidade nos negócios como professora da Fundação Dom Cabral, disse respeitar a decisão do PSB em promover fusão com o PPS. “Os dois partidos têm, historicamente, muitos pontos de contato. E eu continuo filiada ao PSB até a formalização da Rede”. Ela disse estar confiante de que o registro para funcionamento do partido Rede Sustentabilidade deverá ser concedido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em breve. “Estamos enviando agora 50 mil assinaturas e imaginamos que o registro deva sair brevemente”, contou.

A ex-ministra, que iniciou sua vida partidária no PT, também disse respeitar a decisão da senadora Marta Suplicy (SP) de transferir-se do PT para o PSB. “Quando deixei o PT também busquei outro caminho”, comparou.

Candidata à Presidência em 2014, Marina disse ainda não querer ocupar “cadeira cativa de candidata, mas sim contribuir para a melhoria da qualidade da política”. “Atravessamos um momento de desconfiança nas lideranças políticas. Um momento em que os partidos se preocupam com alianças para tempo de tevê, com a contratação de bons marqueteiros quando, na minha opinião, os partidos têm sim é de discutir projetos e não a conquista do poder pelo poder”, pontuou.