Política

Partidos tentam abrir brecha para aumentar fundo eleitoral

Partidos tentam abrir brecha para aumentar fundo eleitoral Partidos tentam abrir brecha para aumentar fundo eleitoral Partidos tentam abrir brecha para aumentar fundo eleitoral Partidos tentam abrir brecha para aumentar fundo eleitoral

Partidos do Centrão e de oposição articulam a aprovação de um projeto que abre uma brecha para aumentar o valor do dinheiro público usado para financiar campanhas eleitorais. O texto deixa indefinido o montante das emendas que irá compor o fundo eleitoral, o que terá de ser determinado pela Lei Orçamentária Anual (LOA), abrindo brecha para que seja mais do que os atuais 30%. O projeto pode ser votado pelo plenário ainda hoje.

A medida começou a ser discutida nas últimas semanas e tem o aval de líderes de outras siglas do chamado Centrão – bloco informal formado ainda pelo PP, PL, Republicanos (ex-PRB) e DEM – e do PT.

Em 2018, partidos tiveram R$ 1,7 bilhão de fundo eleitoral. Na sexta-feira, o Ministério da Economia divulgou uma previsão de R$ 2,5 bilhões para 2020, mas o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, apurou que esse valor deve ser corrigido para R$ 1,8 bilhão.

A proposta no Congresso, articulada pelo presidente do Solidariedade, Paulinho da Força (SP), surgiu como um “plano B” para que o Congresso conseguisse aumentar o fundo. Durante a negociação da Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO), o deputado Cacá Leão (PP-BA) anunciou a retirada da proposta de aumento do fundo que poderia chegar a R$ 3,7 bilhões. O recuo foi motivado pela reação das redes sociais e também por crítica do presidente Jair Bolsonaro a Maia.

Líderes partidários se reuniram ao longo desta terça-feira para fechar os últimos detalhes do texto. A retirada do porcentual de 30% foi uma das últimas mudanças acatadas. A proposta encontra forte resistência ainda em parlamentares do PSL e do partido Novo.

A medida afrouxa também regras para os partidos e retoma ainda propostas que podem trazer novos custos indiretos à União, como a volta do programa partidária no rádio e na TV, extinto em 2017 para criação do fundo eleitoral. A proposta permite ainda que as siglas usem o dinheiro para impulsionar postagens na internet, hoje previsto apenas como gastos eleitorais.

Outra regra que deve ser flexibilizada é a que trata sobre o pagamento de advogados em defesa de filiados. Em maio, o TSE endureceu as penas impostas aos partidos no julgamento das contas anuais e proibiu que partidos paguem a defesa de investigados.