O Conselho Interdenominacional de Ministros Evangélicos do Brasil (Cimeb) divulgou, neste fim de semana, uma nota pública de repúdio à inclusão do pastor Silas Malafaia como investigado em um inquérito da Polícia Federal. O documento recebeu a assinatura de 25 pastores de diferentes denominações, que consideraram a medida “imprópria e injusta”.
De acordo com a PF, a investigação apura suposta obstrução de justiça, coação no curso do processo, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e associação criminosa. A citação ao nome de Malafaia provocou uma comoção no meio evangélico, especialmente entre lideranças ligadas ao Cimeb.
Confira a nota:
Na nota, os signatários afirmam que não aceitam o que consideram ser um caso de “perseguição” e ressaltam a importância de Malafaia como uma das principais vozes do evangelismo no Brasil.
“Não podemos aceitar tamanha perseguição, que ultrapassa o âmbito político e atinge também a esfera religiosa”, diz um trecho do comunicado, datado de 17 de agosto de 2025, no Rio de Janeiro.
O texto também faz um apelo aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), além de senadores e deputados, destacando que as liberdades de expressão e religiosa são direitos constitucionais inegociáveis. “O Brasil está caminhando para algo perigoso e inaceitável”, afirma o documento.
Assinaturas
Ao todo, 25 líderes evangélicos assinaram a nota em defesa de Silas Malafaia. Entre eles estão:
- César Augusto
- Abner Ferreira
- Robson Rodovalho
- Renê Terra Nova
- Samuel Câmara
- Estevam Hernandes
- Agenor Duque
- Cláudio Duarte
- Jorge Linhares
- Jabes de Alenca
- Ezequiel Teixeira.
- Abe Huber
- Silmar Coelho
- Marcos Gregório
- Flamarion Rolando
- Galdino Júnior
- Luiz Hermínio
- Simonton Araújo
- Paulo Roberto
- Estevam Fernandes
- Gidalt Alencar
- Antônio Antunes
- Michael Aboud
- Josué Valandro
- Fábio Santos
- Wilton Costa
Na publicação, os pastores afirmam estar “orando por um país livre e justo” e reforçam que permanecerão em defesa da liberdade de fé e de opinião.
Confira a postagem do pastor Josué Gonçalves, que se manifestou não somente em apoio a Silas Malafaia, mas sim à liberdade de expressão nas igrejas.
A nota foi compartilhada nas redes sociais de Silas Malafaia e ganhou repercussão entre apoiadores do pastor, que vem se posicionando com frequência contra decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, responsável pelo andamento do inquérito.
Entenda o caso
O documento é encerrado com a defesa de que Silas Malafaia tenha seus direitos assegurados e seja reconhecido como uma “voz profética para o nosso tempo”.
Malafaia, que é líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, aparece como investigado em um inquérito da Polícia Federal que apura suposta obstrução nas investigações sobre a tentativa de golpe de Estado.
Segundo o ministro Alexandre de Moraes, também são alvos do processo o ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro e o jornalista Paulo Figueiredo.
Entre os crimes em apuração estão coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O pastor, no entanto, nega qualquer envolvimento e afirma não ter sido notificado oficialmente sobre o inquérito.