Política

Paulo Bernardo era 'patrono' da organização criminosa, diz Procuradoria

Paulo Bernardo era ‘patrono’ da organização criminosa, diz Procuradoria Paulo Bernardo era ‘patrono’ da organização criminosa, diz Procuradoria Paulo Bernardo era ‘patrono’ da organização criminosa, diz Procuradoria Paulo Bernardo era ‘patrono’ da organização criminosa, diz Procuradoria

São Paulo – A denúncia da Operação Custo Brasil aponta que o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo (Governo Lula) era o ‘patrono’ do esquema Consist – empresa de software que teria desviado R$ 102 milhões de empréstimos consignados.

A denúncia contra Paulo Bernardo e outros dezenove acusados foi apresentada nesta segunda-feira, 1. O ex-ministro foi preso na Operação Custo Brasil e solto depois por ordem do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal.

O Ministério Público Federal acusa formalmente Paulo Bernardo pelos crimes de organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro. A denúncia diz que ele participava diretamente da operação que resultou nos desvios.

Paulo Bernardo ocupou a Pasta entre 2005 e 2011, mas continuou ‘a receber sua parte’ mesmo quando foi para o Ministério das Comunicações, entre 2012 e 2015. E-mail apreendido na operação, afirma a denúncia, aponta que o ex-ministro era tratado por um dos integrantes do esquema como o ‘patrono’ da organização.

A Procuradoria da República afirma que o dinheiro da propina era repassado aos agentes públicos por intermédio de parceiros que ficava, encarregados de elaborar contratos simulados com a Consist e distribuir os recursos entre os destinatários finais.

A parte que cabia ao PT era objeto de contratos simulados com empresas indicadas pelo então tesoureiro do partido, João Vaccari Neto. Segundo a denúncia, o dinheiro era entregue ‘em espécie’ ao petista.

Segundo o procurador da República Andrey Borges de Mendonça, o ex-ministro tinha ‘atuação bastante importante’ para que o acordo com a Consist fosse em frente.

A denúncia aponta que a fração inicial de Paulo Bernardo era de 9,6% do faturamento da Consist, porcentual que caiu para 4,8% em 2012 e para 2,9% em 2014.

Os recursos pagavam honorários do advogado Guilherme Gonçalves, despesas pessoais do então ministro e os salários de ex-assessores e do motorista de Paulo Bernardo.

A Procuradoria revela que chegaram a R$ 17,4 milhões os repasses para João Vaccari Neto. Segundo a denúncia, esse montante fluiu pelas contas de três empresas indicadas pelo ex-tesoureiro do PT – CRLS Consultoria e Eventos LTDA (R$ 309 mil), Politec Tecnologia da Informação Ltda (R$ 1,975 milhão) e Jamp Engenheiros (R$ 15,1 milhões).